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DA OCTOGÉSIMA SEXTA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA
DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 28-9-2009.
Aos vinte e oito dias do mês de setembro do ano de
dois mil e nove, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho,
a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada,
respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato, Aldacir José Oliboni,
DJ Cassiá, Dr. Raul, Engenheiro Comassetto, João Antonio Dib, João Carlos
Nedel, Mauro Pinheiro, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Paulinho Ruben Berta e Toni
Proença. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou
abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu
Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, Carlos Todeschini, Dr. Thiago
Duarte, Elias Vidal, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Pancinha, Juliana
Brizola, Luciano Marcantônio, Luiz Braz, Marcello Chiodo, Maria Celeste, Mario
Manfro, Mauro Zacher, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Tarciso
Flecha Negra, Valter Nagelstein e Waldir Canal. À MESA, foi encaminhado, pelo
Vereador João Carlos Nedel, o Projeto de Resolução nº 029/09 (Processo nº
3965/09). Também, foi apregoado o Ofício nº 679/09, do Senhor José Fogaça,
Prefeito Municipal de Porto Alegre, encaminhando o Projeto de Lei Complementar
do Executivo nº 005/09 (Processo nº 4180/09). Ainda, foram apregoados os
seguintes Ofícios, do Senhor José Fortunati, Prefeito Municipal de Porto Alegre
em exercício: nos 693 e 695/09, encaminhando, respectivamente, os
Projetos de Lei do Executivo nos 030 e 031/09 (Processos nos
4220 e 4221/09, respectivamente); nº 694/09, encaminhando Veto Total ao Projeto
de Lei do Executivo nº 024/09 (Processo nº 3579/09); nº 722/09, solicitando a
retirada de tramitação do Projeto de Lei do Executivo nº 036/08 (Processo nº
4154/08). Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos 673, 674, 687 e
688/09, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; 495687, 495719 e
495740/09, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Durante a Sessão,
deixaram de ser votadas as Atas da Sexagésima Nona, Septuagésima, Septuagésima
Primeira, Septuagésima Segunda, Septuagésima Terceira, Septuagésima Quarta e
Septuagésima Quinta Sessões Ordinárias e da Nona Sessão Extraordinária. Na
oportunidade, o Senhor Presidente registrou o transcurso, no dia vinte e seis
de setembro, do aniversário do Vereador Toni Proença, procedendo à entrega, em
nome da Mesa Diretora, de um cartão de felicitações a Sua Excelência. Em
continuidade, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Irmão
Antônio Cecchin, Coordenador-Geral da Entidade Devoção Senhora das Águas, que
solicitou o apoio dos Senhores Vereadores para que seja garantido o repasse de
verbas orçamentárias aprovadas por esta Casa para organização de oficinas
preparatórias à Romaria das Águas, realizada anualmente em Porto Alegre. Após,
nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores Engenheiro Comassetto, Toni
Proença, Ervino Besson, João Carlos Nedel, Lucio Barcelos, Airto Ferronato, Dr.
Raul, Valter Nagelstein e DJ Cassiá manifestaram-se acerca do assunto tratado
durante a Tribuna Popular. Na ocasião, o Vereador Engenheiro Comassetto
manifestou-se, prestando esclarecimentos acerca dos esforços feitos para a
liberação dos recursos reivindicados durante a Tribuna Popular da presente
Sessão. Ainda, constatada a existência de quórum deliberativo, foi aprovado
Requerimento de autoria da Vereadora Fernanda Melchionna, solicitando Licença
para Tratar de Interesses Particulares do dia de hoje até o dia dois de outubro
do corrente, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o
Suplente Lucio Barcelos, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de
Educação, Cultura, Esporte e Juventude. Às quatorze horas e trinta e quatro
minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às
quatorze horas e trinta e cinco minutos, constatada a existência de quórum. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os Vereadores João Antonio Dib e Tarciso
Flecha Negra. Na oportunidade, foi apregoada a Emenda nº 01, de autoria do
Vereador Nilo Santos, Líder da Bancada do PTB, ao Projeto de Lei do Legislativo
nº 041/09 (Processo nº 1021/09). Em GRANDE EXPEDIENTE, pronunciou-se o Vereador
Nelcir Tessaro, em tempo cedido pelo Vereador Alceu Brasinha. Em continuidade,
foi apregoada a Emenda nº 01, de autoria dos Vereadores Dr. Thiago Duarte,
Relator, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, Dr. Raul e Mauro Zacher, ao
Projeto de Lei do Executivo nº 026/09 (Processo nº 3772/09). Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, pronunciaram-se os Vereadores Lucio Barcelos e Paulinho Ruben Berta. Em
GRANDE EXPEDIENTE, pronunciou-se o Vereador Aldacir José Oliboni. A seguir,
constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Votação, foi
aprovado o Requerimento nº 124/09. Após, foi apregoada a Emenda nº 02, de
autoria dos Vereadores Adeli Sell, Aldacir José Oliboni, Engenheiro Comassetto,
Maria Celeste, Líder da Bancada do PT, Mauro Pinheiro Mauro Zacher, Líder da
Bancada do PDT, e Toni Proença, ao Projeto de Lei do Executivo nº 026/09.
Ainda, foram apregoados os seguintes Requerimentos, deferidos pelo Senhor
Presidente, relativos ao Projeto de Lei do Executivo nº 026/09: de autoria da
Vereadora Maria Celeste, solicitando votação em destaque da Emenda nº 02, e de
autoria do Vereador Dr. Thiago Duarte e da Vereadora Maria Celeste, solicitando
a retirada de tramitação das Emendas nos 01 e 02. Em Discussão Geral
e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 026/09, por vinte e
sete votos SIM, após ser discutido pelos Vereadores Carlos Todeschini, Pedro
Ruas, Lucio Barcelos, Aldacir José Oliboni, Reginaldo Pujol, Maria Celeste, Dr.
Thiago Duarte, Engenheiro Comassetto, Dr. Raul, Adeli Sell e João Antonio Dib,
em votação nominal solicitada pelo Vereador Pedro Ruas, tendo votado os
Vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Aldacir José Oliboni,
Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Dr. Raul, Dr. Thiago Duarte,
Elias Vidal, Engenheiro Comassetto, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio
Dib, João Carlos Nedel, João Pancinha, Lúcio Barcelos, Maria Celeste, Mario
Manfro, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Paulinho Ruben Berta, Pedro
Ruas, Reginaldo Pujol, Tarciso Flecha Negra e Toni Proença. A seguir, foi rejeitado
Requerimento verbal formulado pelo Vereador Nelcir Tessaro, solicitando
alteração na ordem de priorização da matéria a ser apreciada na Ordem do Dia da
presente Sessão, por doze votos SIM, quatorze votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, em
votação nominal solicitada pela Vereadora Maria Celeste, tendo votado Sim os
Vereadores Alceu Brasinha, DJ Cassiá, Dr. Thiago Duarte, Elias Vidal, Ervino Besson,
João Carlos Nedel, João Pancinha, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Paulinho Ruben
Berta, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal, votado Não os Vereadores Airto
Ferronato, Aldacir José Oliboni, Carlos Todeschini, Dr. Raul, Engenheiro
Comassetto, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, Lúcio Barcelos, Maria Celeste,
Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Pedro Ruas e Toni Proença e optado
pela Abstenção o Vereador Bernardino Vendruscolo. Em prosseguimento, o Vereador
Pedro Ruas manifestou-se acerca do Requerimento acima referido, de alteração da
ordem de priorização da matéria a ser apreciada na Ordem do Dia da presente
Sessão. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Resolução nº 015/09,
o qual, após ser discutido pelos Vereadores Airto Ferronato e Engenheiro
Comassetto e encaminhado à votação pelos Vereadores João Antonio Dib, Alceu
Brasinha e Ervino Besson, deixou de ser votado em face da inexistência de
quórum deliberativo, constatada em verificação solicitada pelo Vereador Airto
Ferronato. Após, em face da inexistência de quórum deliberativo, o Senhor
Presidente declarou encerrada a Ordem do Dia. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se
os Vereadores DJ Cassiá e Alceu Brasinha, este em tempo cedido pelo Vereador
Marcello Chiodo. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os Vereadores Dr.
Raul e Carlos Todeschini. A seguir, foi
apregoado o Memorando nº 092/09, de autoria do Vereador Engenheiro Comassetto,
deferido pelo Senhor Presidente, solicitando autorização para representar externamente
este Legislativo, no dia de hoje, na solenidade de abertura da “1ª Conferência
Municipal de Saúde Ambiental”, às dezenove horas e trinta minutos, em Porto
Alegre. Ainda, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador Reginaldo
Pujol, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando que o Projeto de Resolução
nº 022/09 (Processo nº 2934/09) fosse incluído na Ordem do Dia, nos termos do
artigo 81 da Lei Orgânica do Município. Em PAUTA, Discussão Preliminar,
estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 143/09, discutido
pelos Vereadores Dr. Raul e Carlos Todeschini, o Projeto de Resolução nº
026/09; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 020/09,
discutido pelo Vereador Reginaldo Pujol, os Projetos de Lei do Legislativo nos
276/08, 110, 115, 140, 141, 162, 169, 170, 171, 172, 173, 177, 179 e 178/09,
este discutido pelo Vereador Dr. Raul, o Projeto de Lei do Executivo nº 022/09,
discutido pelo Vereador Reginaldo Pujol. Após, o Senhor Presidente registrou o
transcurso, no dia vinte e seis de setembro, do aniversário do Senhor Vladimir
Gomes Lopes, Chefe do Setor de Sonorização deste Legislativo. Às dezessete
horas e cinquenta minutos, nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente
declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a
Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram
presididos pelos Vereadores Sebastião Melo, Adeli Sell, Toni Proença e Nelcir
Tessaro e secretariados pelo Vereador Nelcir Tessaro. Do que eu, Nelcir Tessaro,
1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e
aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Eu
queria que os nossos colegas Vereadores e Vereadoras recebessem o colega Toni
Proença com uma salva de palmas, pois esteve de aniversário. Vou entregar um
cartão em nome de toda a Casa. (Palmas.)
(Procede-se
à entrega do cartão.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Passamos
à
O Sr. Coordenador-Geral,
Irmão Antônio Cecchin, representando a Devoção Senhora das Águas, está com a
palavra, para tratar de assunto relativo ao repasse de verbas da Emenda Orçamentária
aprovada pelo Legislativo e pelo Prefeito referente à Romaria das Águas.
O
SR. ANTÔNIO CECCHIN: Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, na qualidade de Coordenador da Devoção Srª das
Águas, entidade que foi constituída para organizar anualmente o grande evento
denominado Romaria das Águas, eu estou aqui para dizer que esse evento vai ser
celebrado pela 16ª vez sem solução de continuidade, desde o ano de 1994. Já sou
conhecido como “organizador de catadores”.
Foi
no ano de 1984, que o primeiro coletivo de catadores do Rio Grande do Sul foi
organizado na Ilha Grande dos Marinheiros. A partir daí, tendo feito uma
experiência piloto, diversos Prefeitos de Porto Alegre deram continuidade a
essa experiência piloto, que, na realidade, foi a criação de uma política
pública por parte da sociedade civil; essa entidade fez sempre e, depois, os
outros galpões fizeram parte dessa política pública do Município de Porto
Alegre. Então, a partir do lixo, da reciclagem do lixo nós, das ilhas, com os
catadores, vimos que muitos já iam à beira do Guaíba para recolher o plástico
em função da venda. Então, eles, os ilhéus, rodeados por água por todos os
lados, decidiram gritar, porque nas ilhas do Guaíba não se tinha água encanada,
e até hoje apenas aqui ou ali tem alguma água encanada. E toda a poluição do
delta do Jacuí, desde as nove sub-bacias, tudo vinha para em cima desses
moradores. Então, num primeiro momento, reciclagem do lixo; num segundo
momento, nós nos organizamos em função da despoluição dos mananciais, que o
Governo Olívio Dutra depois decidiu estender para as nove bacias a partir das
suas nascentes. Assim nós desenvolvemos atividades o ano inteiro, de caráter
ecológico, com muito voluntariado, ao longo de toda a bacia do lago Guaíba.
Naturalmente, como agora é de Lei, a Romaria das Águas faz parte oficialmente
do Calendário de Eventos da Cidade de Porto Alegre.
No
ano passado fizemos um pedido, encaminhamos a quantia, dentro do Orçamento, de
20 mil reais; e, a partir da promessa do Prefeito e do Vice-Prefeito, seria
liberado desde abril ou maio, o mais tardar. O que aconteceu? Nós não
conseguimos liberar 20 mil reais para fazer oficinas e trabalhos durante o ano
todo em preparação para esse grande evento em que se transformou a Romaria das
Águas, que concretiza o dialogo inter-religioso, porque também temos todo o
tipo de cultos, principalmente os afro-brasileiros que valorizam realmente a
água, a partir de sua religião com Mãe Oxum, Iemanjá e outros orixás que vocês
conhecem.
A
Romaria Senhora das Águas pretende realmente despoluir o Planeta, a partir da
despoluição dos mananciais, e nós todos nos empenhamos nessa luta.
Então,
o problema que eu trago ao conhecimento dos senhores Vereadores é que foi
aprovada essa Emenda, que é uma Emenda não de grande importância, porque o
Governo do Estado, em anos anteriores, liberava 80 mil reais, a cada ano, e por
isso constituímos a devoção Senhora das Águas, para fazer o repasse para uma
ONG em cima de cada bacia. Naturalmente, não contamos mais com nenhum dinheiro,
a não ser esse que agora a Câmara de Vereadores aprovou. Então, eu pergunto:
qual é o papel da Câmara de Vereadores, que aprova uma Emenda Parlamentar e o
Executivo não libera? Para que fim existe a Câmara de Vereadores?
Eu
faço um apelo à Mesa para que consiga, imediatamente, pois estamos “em cima do
laço”, a liberação desses 20 mil reais, porque a Romaria deste ano, no dia 12
de outubro, terá um caráter especial por causa do plebiscito feito em Porto
Alegre. Nós vamos fazer tudo no Gasômetro. Haverá um barco durante todo o dia
para levar os peregrinos, que vêm de todo o Estado, até o pontal do Guaíba,
porque nós consideramos histórica a primeira votação ecológica, que eu, pelo
menos, fiz até agora. É para todos verem como é importante a luta para a
preservação da orla do Guaíba. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Nós
agradecemos e solicitamos que V. Sª participe da Mesa dos trabalhos.
O
Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Prezado
Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell; Srs. Vereadores
e Sras Vereadoras, prezado Irmão Cecchin, primeiro, em nome da
Bancada do Partido dos Trabalhadores, integrada pelos Vereadores Adeli Sell,
Aldacir José Oliboni, Carlos Todeschini, Maria Celeste, Sofia Cavedon e Mauro
Pinheiro, quero cumprimentá-lo pelo trabalho que vem realizando, pois, do alto
dos seus 82 anos, o senhor mantém uma atividade permanente no trabalho da
inclusão social com os recicladores, na questão dos ribeirinhos, nas ilhas, e
cumprimentá-lo também por essa atividade que já está inserida no Calendário
Oficial do Município de Porto Alegre, que é a Romaria das Águas, que é fazer
toda uma reflexão sobre o desenvolvimento social e econômico, e o papel que tem
esse recurso natural: água. Todos nós sabemos que a água é uma riqueza que não
durará para sempre; portanto, temos que preservá-la da melhor forma possível, e
a melhor ferramenta para isso é a consciência da sociedade.
Concluo,
Sr. Presidente, fazendo um apelo a todos os colegas, Vereadores-Líderes de
Bancadas, pois os 20 mil reais que esta Casa aprovou para a Romaria das Águas,
que acontece agora, dia 12 de outubro... Nós fizemos várias gestões, inclusive
com o próprio Líder do Governo, há meses, para que fosse liberado esse recurso
para que possa efetivamente ser investido nessa atividade cultural da Cidade.
Portanto, Ver. Adeli Sell, fazemos um apelo à Mesa, junto com as Lideranças
para que a gente possa identificar se existe algum problema, para que venhamos
a resolvê-lo o mais rapidamente possível. Um grande abraço, Irmão Cecchin e
toda a comunidade das Ilhas.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Ver. Toni Proença está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. TONI PROENÇA: Sr.
Presidente, Adeli Sell; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, Irmão
Cecchin, como ele mesmo se autodenominou “organizador de catadores”, tenha a
certeza de que esse foi um belíssimo trabalho que o senhor fez pela cidade de
Porto Alegre. Eu tenho a certeza de que há alguma dificuldade de informação na
circulação dessa burocracia que libera as emendas na Prefeitura de Porto
Alegre, e entendo que o Ver. Valter, Líder do Governo nesta Casa, tem condições
de imediatamente dar retorno e satisfazer essa demanda que, justamente, o
senhor traz em função das águas e da comunidade de Porto Alegre, que presta
tributo ao seu rio num evento como esse.
Foi
oportuna a sua vinda, e quero cumprimentá-lo, porque é assim mesmo que as
coisas funcionam; quando as coisas ficam travadas, presas nos nós da
burocracia, há que a Câmara de Vereadores, junto com a comunidade, fazer eco
para que a gente possa solucionar o problema. Tenho certeza de que o Governo
vai ser sensível a esta reivindicação e vai dar celeridade a esse assunto.
Parabéns pela sua iniciativa.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): A Verª
Fernanda Melchionna solicita Licença para Tratar de Interesses Particulares no
período de 28 de setembro a 2 de outubro de 2009. Em votação a Licença.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o Pedido de Licença permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
A Mesa declara empossado o Suplente, Ver. Lucio
Barcelos, nos termos regimentais, que integrará a Comissão de Educação,
Cultura, Esportes e Juventude, CECE.
O Ver. Ervino Besson está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. ERVINO BESSON: Meu
caro Presidente Adeli; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, meu caro Irmão Antônio
Cecchin, em nome da Bancada do PDT - do Ver. Dr. Thiago, do Ver. Mauro, da Verª
Juliana, do Ver. Tarcisio e meu -, nós queremos, de forma muito cordial,
reconhecer o seu trabalho.
Irmão Cecchin, depois do
seu pronunciamento, tentei obter algumas informações a respeito do que V. Sa.
falou na tribuna, inclusive falei com o colega Ver. João Carlos Nedel, que
prontamente fez um contato - deve ser ele ou outro Vereador da sua Bancada que
fará uso da tribuna – e há algumas informações que não fecham, pelo menos na
Fazenda, a Emenda não foi aprovada aqui pela Câmara, mas a Prefeitura
Municipal, a Secretaria já liberou uma parte do recurso. Nós estamos atentos,
vamos trabalhar em cima disso. Nós reconhecemos, e creio que a Câmara, na
totalidade dos Srs. Vereadores e das Sras Vereadoras, reconhece o seu trabalho
histórico nessa área, e nós temos o maior respeito, o maior reconhecimento pelo
seu trabalho. Fica aqui o nosso abraço, e que Deus o ilumine para que o senhor
continue prestando esse extraordinário trabalho em toda a nossa cidade de Porto
Alegre. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. João Carlos Nedel está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL:
Meu caro Irmão Antônio Cecchin, seja muito bem-vindo. Dou-lhe as boas-vindas em
nome da minha Bancada, dos Vereadores João Dib, Beto Moesch e em meu próprio.
Queremos reconhecer o trabalho que o senhor faz na Ilha Grande dos Marinheiros,
especialmente. Eu sei que V. Sa. deve estar muito preocupado com as águas lá
que avançam sobre a Ilha. Eu entrei em contato com o Secretário Ilmo Wings há
pouco, e ele, claro, neste momento, não estava perfeitamente a par do assunto,
mas ele diz que se lembra que já foi liberada uma parte desses recursos, e que
a Prefeitura está com um contingenciamento. Ele me disse, e era uma informação
dele, que foi transmitida pelo Ver. Ervino Besson, que os recursos não saíram
sob forma de Emenda, saíram sob uma outra forma, não sei esses detalhes, ele
ficou de me informar logo, daqui a pouco, para ver como é que foi e o quanto
foi solucionado. Eu quero dizer que o Ver. Ervino se baseou numa informação que
o Secretário lhe deu, dizendo que os recursos não saíram sob forma de Emenda,
porque a Emenda tinha alguns problemas, acho que jurídicos ou legislativos, mas
que o recurso, parte dele, já tinha sido liberado. E eu posso lhe transmitir
essa informação tão logo eu a receba com todos os detalhes. Seja muito
bem-vindo, e a sua proposição é extremamente válida. Meus parabéns.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Ver. Lucio Barcelos está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. LUCIO BARCELOS: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell; Srs. Vereadores,
Sras Vereadoras, Irmão Cecchin, é um prazer vê-lo aqui nesta
Casa. Quero cumprimentá-lo, como os outros Vereadores já o fizeram, pelo
trabalho que tem desenvolvido em relação a essa questão tão importante e
fundamental, que é a questão das águas. Independentemente de posição religiosa,
católica ou outro tipo de compreensão e visão religiosa, acho que o seu
trabalho é muito importante para o Município de Porto Alegre, em função de
preservar e lutar pela questão da água. O que não dá para compreender, Irmão, é
que um valor tão modesto quanto esse, 20 mil reais, não tenha sido liberado até
este momento. Se há informação desencontrada ou encontrada, o fato concreto e
objetivo é que esse recurso não chegou ao senhor - isso é o que importa. Quer
dizer, não sei se é problema da burocracia da Prefeitura, o que não é
justificável, não é compreensível. Se fossem 120 milhões de reais, eu até
entenderia que pudesse haver algum tipo de impedimento ou de problema para a
Prefeitura conceder ou entregar esse recurso. É um recuso que era para ter sido
transferido desde março, abril; nós estamos em 28 de setembro, a uma ou duas
semanas da realização do evento, e esse recurso seria para fazer oficinas,
fazer alguns trabalhos relacionados com esse processo. Então, eu queria deixar
aqui o meu espanto, a minha rejeição ao fato de a Prefeitura não ter
viabilizado esse recurso até este momento, e espero que, nas próximas 24 horas,
chegue às suas mãos, para que possa minimamente usá-lo em proveito da Romaria
das Águas. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Peço
que as Sras Vereadoras e os Srs. Vereadores evitem fazer apartes
antirregimentais e conversas paralelas, porque fica difícil para os Vereadores
que estão na tribuna serem ouvidos.
O
Ver. Airto Ferronato está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. AIRTO FERRONATO: Sr.
Presidente, meu caro Irmão Cecchin, quero registrar que, desde 1989, quando
estive aqui na Câmara, retornando agora, o Irmão Cecchin já convivia conosco,
sempre referenciando, relatando, buscando conquistar espaços, muito
especialmente para os carroceiros, os catadores, os moradores lá da Ilha.
Portanto, quero registrar a importância de estar de volta à Câmara e
encontrá-lo mais uma vez aqui nessa luta incessante, mas, sem dúvida nenhuma,
uma luta que vale a pena. Quero dizer que nós, do PSB - eu, particularmente -,
estamos ao seu lado, para que esses recursos sejam liberados o mais rapidamente
possível, no sentido que se atenda, minimamente, o pleito que o senhor está
buscando neste momento, até porque o pleito é justo, a questão é séria e o
momento é oportuno para isso - talvez um pouco tarde. Estamos juntos nessa
jornada. Um abraço para o senhor, que bom vê-lo de volta!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Ver. Dr. Raul está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. DR. RAUL: Sr.
Presidente Adeli Sell; Irmão Cecchin, é um prazer tê-lo aqui, como em outras
oportunidades. Quero também dizer da nossa afinidade com o seu trabalho, de
muitos anos, pelas Ilhas, principalmente a Ilha Grande dos Marinheiros, uma vez
que tenho uma relação forte com a comunidade lá, que já vai para mais de vinte
anos, pois atendi muitos anos na Ilha Grande dos Marinheiros. Então, tivemos
uma convivência muito boa lá nessa luta, principalmente nessa outra luta em que
estamos avançando, que é a questão, também, da água potável lá para a Ilha -
que é uma outra questão importantíssima, nós sabemos disso. Então, eu queria me
solidarizar, dizer que já estamos conversando aqui, nesse período, já devemos
ter uma resposta para lhe dar inclusive em relação à Romaria das Águas, porque
nós temos de, realmente, fazer com que as coisas aconteçam. E as boas coisas,
as boas iniciativas, ainda mais com Emendas, têm de ser valorizadas. E a sua
vinda aqui foi fundamental para fazer essa pressão legítima, que é a pressão da
sociedade para que as coisas sejam realmente mais ágeis; porque, infelizmente,
a coisa pública, muitas vezes, não tem a agilidade que gostaríamos para
resolver os problemas da comunidade.
Conte
com o PMDB, com este Vereador, estamos juntos nas lutas sociais, nas lutas das
Ilhas e, sempre que possível, estaremos juntos do mesmo lado. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Ver. Valter Nagelstein está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr.
Presidente, ao cumprimentá-lo, cumprimento o nosso convidado, Irmão Cecchin. Eu
só queria lhe transmitir uma informação: há pouco, falei com o Secretário
Cristiano Tatsch, e este assunto me parece estar resolvido, felizmente. E ele
me pediu que V. Sa. fizesse contato com o Rios, que é lá da Secretaria.
Inclusive, o Secretário Cristiano me disse que, costumeiramente, tem contato lá
com o pessoal da Secretaria da Fazenda. Então, o Secretário vai deixá-lo já, de
antemão, avisado de que vai fazer contato. E tenho certeza de que - queira Deus
que antes do final do mês, ainda de setembro - teremos esta questão devidamente
resolvida. Parabéns pelo seu trabalho! Eu permaneço à disposição aqui na
Câmara, em virtude da função que exerço é a Liderança do Governo, junto com os
26 Vereadores que compõem a nossa base. E tenha a certeza de que estamos todos
nós irmanados com o seu esforço de tentar levar adiante a sua luta. Muito
obrigado e parabéns.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra.
O
SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr.
Presidente, e, novamente, prezado Cecchin, agradecemos pelo esforço que os
colegas têm feito, mas primeiro eu queria fazer uma correção aqui na fala que o
Ver. Ervino Besson trouxe no sentido de que a informação não está ajustada:
esse foi um trabalho feito aqui nesta Casa, uma Emenda Parlamentar de nossa
autoria, em acordo com o Professor Garcia, que colocou no Orçamento, está no
Orçamento do Município, na Cresce Porto Alegre – nº 1.464 -, Romaria das Águas,
20 mil reais para serem liberados, que já foi tratado lá no GPO, com o Sr.
Ricardo – passo-lhe o telefone celular dele: 9338.0091 -, e ele diz que não tem
empenho lá para ser liberado. Portanto, essa informação é ajustada. Isso não
tem nada a ver com a verba da Secretaria da Cultura, que é outra verba
destinada a esse evento e aos demais.
Portanto,
Ver. Ervino Besson, existe uma diferença entre os trabalhos que estão sendo
buscados; de repente, está havendo uma confusão na informação entre um
propósito e outro. O que o Ver. Valter Nagelstein traz está ajustado com o
esforço que estamos coletivamente fazendo.
Eu
concluo dizendo que existe esse esforço coletivo, Irmão Cecchin, inclusive o
próprio Valdir Fraga, que representa aqui o Governo, há uns 60 dias foi à busca
desse recurso e também encontrou problemas lá na burocracia para ser liberado.
Como
já disseram outros colegas, o dia 12 de outubro está aí, que é o dia,
inclusive, da grande Romaria em Porto Alegre e de todas as atividades
relacionadas aos grandes eventos festivos religiosos que acontecem nesse dia.
Em nome da Bancada de oposição, estamos trazendo o problema, mas ajustado junto
com o Líder do Governo para que possamos prestar todas as informações, e quem
ganha é a sociedade. E o prezado Ver. Valter Nagelstein me pede aqui o número,
vou passá-lo e os documentos todos para que esse problema seja resolvido. Muito
obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Ver. DJ Cassiá está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. DJ CASSIÁ: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, Irmão Cecchin, em primeiro lugar, eu quero
parabenizá-lo, em nome da Bancada do PTB, pelo seu trabalho, em nome do Ver.
Nelcir Tessaro, do Ver. Nilo Santos, do Ver. Marcello Chiodo, do Ver. Alceu
Brasinha, e deste Vereador, já dizendo, de antemão, que somos – a nossa Bancada
- solidários e parceiros no que se refere ao seu empenho e trabalho realizado
lá. Atentamente escutei o seu pronunciamento em que reivindicava 20 mil reais
relativos a um pedido de uma emenda. Logo em seguida, vi a manifestação do
nosso Líder de Governo, que já fez um contato com o Governo no sentido do
empenho da liberação desses 20 mil reais.
Quero
dizer ao Irmão, mais uma vez, e reforçar que esta Bancada é solidária, e somos
parceiros na sua reivindicação. Muito obrigado. Um abraço e saúde!
(Não
revisado pelo orador.)
Agradeço a todos que se
pronunciaram, especialmente ao Irmão Antônio Cecchin, Coordenador-Geral da
Devoção Senhora das Águas, que nos trouxe esta questão até aqui.
Estão suspensos os trabalhos para as despedidas
protocolares.
(Suspendem-se os trabalhos às 14h34min.)
O Ver. João Antonio Dib
está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, quando eu
falo para o Executivo Municipal, eu faço questão de falar olhando lá para o
Executivo, por isso eu estou nesta tribuna neste momento. Alguns Vereadores
estranharam esta tarja de luto na minha lapela. O Diretor Legislativo me
perguntou quem faleceu. Eu respondi: “A Lei Orgânica”. Quem foi o responsável?
O Executivo Municipal. O Executivo Municipal vetou totalmente o Projeto de Lei
de sua autoria que foi emendado por este Vereador e aprovado pela quase
totalidade dos Vereadores. O Prefeito diz que (Lê.): “Trata-se de Projeto de
Lei meritório e bem intencionado, sem dúvida, porém, em que pese o conteúdo da
matéria ora analisada, não é possível a efetivação da medida propugnada no
Projeto de Lei ora vetado, tendo em vista que contraria a Lei Orgânica
Municipal ao dispor acerca da remuneração dos servidores públicos municipais,
estatuários e celetistas, mediante emenda a Projeto de Lei de iniciativa deste
Poder Executivo”.
Por
outro lado, ele faz questão de dizer que (Lê.): “Compete privativamente ao
Prefeito: VII - promover a iniciativa de projetos de lei que disponham sobre:
a) criação e aumento da remuneração de cargos, funções ou empregos públicos na
Administração direta e autárquica”.
Diz
também que (Lê.): “Já é assente, na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal,
que a sanção do Executivo não sana o vício de iniciativa. Não pode, então,
qualquer que seja o mérito da proposta, esta ser sancionada pelo Chefe do
Executivo”.
Então,
o Executivo está preocupado com a Lei Orgânica. Eu também. A Lei Orgânica, essa
Lei que o Prefeito fala que precisa ser respeitada, diz, no seu art. 31, que
(Lê.): “São direitos dos servidores do Município, além de outros previstos
nesta Lei Orgânica, na Constituição Federal e nas leis: I – padrão referencial
básico, vinculativo de todos os padrões de vencimento, nunca inferior ao
salário mínimo fixado pela União para os trabalhadores urbanos e rurais.” Não
fui eu quem disse, não fui eu quem escreveu a Lei Orgânica; eu fui apenas um,
junto comigo havia mais 32 Vereadores.
O Prefeito fala na Lei Orgânica, mas duas vezes
ele veio a esta tribuna - esta tribuna em que eu estou agora -, e disse:
“Prometo cumprir e fazer cumprir a Lei Orgânica, as leis da União, do Estado e
do Município. Exercer o mandato que me foi conferido pelo povo de Porto Alegre,
na defesa da justiça social e das equidades dos munícipes. Prometo cumprir e
fazer cumprir a Lei Orgânica e as leis da União, do Estado e do Município” - as
leis do Município!
Ora,
quem jurou publicamente duas vezes tem que ter responsabilidade, não pode ser
diferente. E ele vetou a Lei que mandava cumprir a Lei Orgânica, mas amanhã
virão a esta Casa a Secretaria da Fazenda, a Secretaria do Planejamento para
nos informar que, no segundo quadrimestre, o superávit primário era de 265
milhões, 183 mil e 193 reais. E os servidores municipais vão receber, agora, em
setembro, 2% daquilo que era direito, daquilo que era assegurado por Lei em
maio deste ano. E vão receber outros 2,53%, ou 2,54% em janeiro do ano que vem.
Lei
não pode ser modificada por decreto, e o Executivo modificou a Lei, a sua
própria Lei, Lei de origem executiva, modificou por um decreto e fez três
parcelas. Tomou o dinheiro dos municipários.
Portanto,
a Lei Orgânica realmente foi desrespeitada, mas, como eu disse ao Diretor
Legislativo, quem morreu foi a Lei Orgânica, e eu estou aqui triste, pesaroso,
querendo que as coisas funcionem dentro da Lei, por isso é que eu estou na Casa
do Povo de Porto Alegre.
Lei
deve ser respeitada; lei deve ser concisa, precisa, e esta Lei Orgânica é muito
clara quando diz o que é de direito do servidor.
Eu
peço desculpas, Sr. Presidente, porque o meu tempo já passou, mas eu preciso
pedir desculpas também porque provavelmente aqueles servidores que não tinham
um salário mínimo deixaram de receber porque esta Casa não aprovou o Projeto
que o Prefeito havia mandado. Ele, que diz que a sanção não resolveria o
problema do Projeto, que é meritório, mandou hoje também exatamente o mesmo
Projeto, apenas as assinaturas são trocadas. Antes, um Prefeito, e, agora, o
outro Prefeito em exercício. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell):
Apregoo a Emenda nº 01 ao PLL nº 041/09, do Líder do PTB, Nilo Santos, que
suprime os incisos III e IV do art. 1º e do art. 2º do PLL mencionado.
O
Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Boa-tarde,
Sr. Presidente, Adeli Sell; boa-tarde, Vereadores, Vereadoras e público que nos
assiste e nos acompanha aqui nas galerias, pela TV e pela Rádio Câmara.
Começo
agradecendo aos colegas Vereadores pelas palavras na Tribuna Popular concedida
ao Dr. Balduíno Tschiedel, Presidente do Instituto da Criança com Diabetes, no
último dia 24. Ele esteve nesta Casa a meu convite e do Ver. Dr. Raul, depois
de uma visita ao Instituto da Criança com Diabetes, conhecido por ICD, que fiz
com o meu colega Dr. Raul, porque estava muito preocupado com essa doença, que
atinge os ex-atletas também.
Vi
o maravilhoso trabalho que é feito naquela entidade em prol de milhares de
crianças gaúchas que sofrem com essa doença. Os profissionais do Instituto
lutam diariamente junto às famílias e aos pacientes por uma vida livre das
complicações decorrentes dessa doença. Assistindo, na Tribuna Popular, ao Dr.
Balduíno, fiquei surpreso e assustado com o que ouvi.
Precisamos
nos engajar e proporcionar aos portadores dessa doença uma qualidade de vida
ainda maior. Não podemos permitir que as crianças que precisam se medicar
utilizem agulhas não apropriadas. Temos que nos unir e ajudar esse Instituto
que tanto faz por essas crianças com diabetes.
Eu,
Ver. Tarciso, me coloquei à disposição para apoiar com tudo o que for possível,
e reforço aqui: assim como é feito em muitos países, vamos iluminar o nosso
Laçador, iluminar esta Casa aqui, em apoio para o alerta contra o Diabetes,
porque é importante esse alerta, gente. Quando o Dr. Balduíno falou sobre as
agulhas, eu achei incrível. Penso que todos nós, Vereadores, temos que balançar
essa bandeira, porque as nossas crianças que têm diabetes precisam de agulhas
apropriadas para se medicar, sendo que muitas delas necessitam usá-las no dia a
dia; outras, de dois em dois dias ou de três em três dias. Então, é um
sofrimento muito grande. E nós, Vereadores, podemos falar no período de Tribuna
Popular, em que muitos nos assistem, vamos lutar, vamos ajudar o Instituto da
Criança com Diabetes!
Vou falar a respeito de
outro assunto referente a crianças também. Todos sabem que a minha bandeira,
aqui nesta Casa, sempre será em prol de a criança e do adolescente terem
educação e esporte. Quero falar sobre aquilo que o avô da Juliana Brizola
sempre pregou: “A criança é o futuro do nosso País, com a educação e o esporte”.
É dessa maneira que vamos formar uma cidade e um mundo melhor, um mundo com
paz, sem essa violência que está acontecendo. Para diminuir a violência, vamos
dar condições a essas crianças nos seus colégios, nas praças de esportes, para
que elas possam praticar esporte, possam estar no colégio aprendendo sobre
educação e cidadania, sobre como formar um cidadão.
Chegou
a hora de parar de fazer propaganda; agora é a hora de pegar a colher de
pedreiro, começar a jogar a massa e assentar os tijolos; chegou a hora de
brigarmos, porque a propaganda já foi feita. Chegou a hora de nós, Vereadores,
que temos ainda, dentro da nossa Cidade, um poder para lutar e para brigar
pelas crianças, pelos adolescentes e pelos jovens, fazermos algo. Vamos buscar
isso aí, gente! Eu conto com todos os meus amigos Vereadores e Vereadoras para
que a gente busque para Porto Alegre uma vida mais saudável para as nossas
crianças com diabetes, uma vida mais saudável para as nossas crianças que estão
aí nas avenidas, nas vilas, sem campo - os condomínios são construídos e
desaparecem os campinhos. Depois, a gente cobra que lugar de criança é no seio
da família e é na escola, mas essa família, às vezes - como eu, trabalhei 16
anos - tem que sair com a sua carrocinha de papelão para vender, para dar um
arroz com feijão no outro dia para elas; ela não tem condições de ficar com
essas crianças dentro de casa; essas crianças têm que ser assistidas por nós,
ali fora, dentro da escola, com aulas, não só de futebol, mas com oficinas de
informática, por exemplo, com aulas - como faz o nosso amigo, Ver. DJ Cassiá -
de música, de disc-jockey, de violão.
Eu
estou meio exaltado porque eu não aguento mais essa propaganda: “Crack, nem
pensar”, mas não damos nada para que eles não cheguem lá. Pelo amor de Deus,
gente, vamos ajudar, porque, senão, daqui a pouco vai ser tarde! E está vindo
outra droga pior ainda, e mais barata: a merla - essa vai destruir tudo! Não
vamos deixar que eles cheguem lá! Pelo amor de Deus, vamos ajudar! Nós todos,
Vereadores e Vereadoras, se queremos um mundo melhor para os nossos netos, para
os nossos filhos, vamos ajudar! Obrigado, e que Papai do Céu os abençoe!
(Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O Ver. Nelcir Tessaro está
com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo do Ver. Alceu
Brasinha.
O
SR. NELCIR TESSARO: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, público
que nos assiste, primeiramente agradeço ao meu colega Alceu Brasinha, pela
cedência deste espaço.
Quero
me manifestar a respeito de um assunto muito importante. Importante, quando nós
vemos essas enchentes de Porto Alegre, as ilhas na situação em que estão, a
Zona Norte precária, a Vila Dique nessas condições, a Vila Nazaré. Quero falar
sobre a habitação, sobre o Programa Minha Casa Minha Vida, instituído pelo
Governo Federal.
É
muito preocupante: saiu a notícia, em fevereiro, desse novo Programa - um
milhão de unidades, um milhão de brasileiros atendidos, que nós precisaríamos
estar atendendo a cada ano. Aí nós buscamos matérias antigas, já de agosto,
onde diz: “Lula pede agilidade no Programa Minha Casa Minha Vida”. E aí nós
ficamos preocupados, porque, na sexta-feira, eu falei com a Caixa Econômica
Federal. São seis meses, 180 dias de Programa, contando de fevereiro até agora;
vai fechar sete meses agora na próxima quarta-feira, e somente 300 unidades
foram contratadas. Trezentas unidades em, praticamente, 210 dias. Se nós
seguirmos nesse passo, nós não vamos atender as famílias que precisam.
Se
nós continuarmos com esse tipo de avaliação, com esse tipo de engessamento nas
aprovações de projetos, nas liberações de créditos, enfim, se não trabalharmos
juntos, Estado, doando área, Município, aprovando os projetos, e a Caixa,
principalmente - ela tem um corpo técnico reduzido -, agilizando e
flexibilizando para que haja a contratação, nós não vamos chegar sequer a 30%
das metas do Programa Minha Casa, Minha Vida.
Por
outro lado, nós estamos vendo bairros que serão reassentados, tais como a Vila
Dique, em que as pessoas reclamam do tamanho da unidade habitacional, dizendo
que 39 metros quadrados – que são oferecidos nas novas habitações - não são
suficientes para uma família. Em contrapartida, se nós verificarmos no projeto
habitacional para a casa no Minha Casa, Minha Vida, constam 37 metros
quadrados.
Então,
nós não podemos concordar com que, por um lado, sejam pequenas as unidades, mas
o instituído, o valor liberado pelo Governo Federal seja o equivalente a 37
metros quadrados. Nós temos que fazer com que isso seja adequado. Trinta e sete
metros é um tamanho ideal? Para a primeira casa é ideal, para quem mora numa
favela, sem condições, sem infraestrutura, sem quaisquer condições de escola,
creche, saneamento básico, é uma outra vida. Nós precisamos fazer isso.
O
Sr. Alceu Brasinha: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Nelcir Tessaro, a gente
sabe o quanto é difícil ter um teto, é quase impossível. Eu, quando cheguei a
Porto Alegre, morei na rua, morei na praça, morei dentro de carro. E, agora, os
cidadãos, como os lá da Vila Dique, têm a oportunidade de ter a sua casa.
Estivemos lá visitando, junto com a CUTHAB - V. Exª estava junto, e também o
Ver. Paulinho Ruben Berta, o Ver. Waldir Canal e mais o Ver. Comassetto -, e
fomos bem recebidos. E mais ainda: não é aquilo que eles estavam falando,
realmente o projeto é bom para a Cidade. O cidadão que tem a oportunidade de
adquirir a sua casa com aquela estrutura pode ter certeza absoluta de que ele é
um privilegiado. Os outros, aquelas pessoas que passam necessidades sabem o
quanto custa, Ver. Nelcir Tessaro. V. Exª sabe, porque é um conhecedor desse
trabalho, faz um trabalho espetacular nessa área, e V. Exª tem o conhecimento,
tem um doutorado nessa área. E quero lhe dizer que eu fiquei impressionado com
o projeto e eu achei muito bom. O Prefeito Fogaça e o senhor - que começou este
projeto – estão de parabéns, porque a gente sabe o quanto tem que se lutar e
queremos ver as pessoas morando bem. Isso é importante porque nós, que somos do
PTB, privilegiamos a moradia, é a oportunidade que as pessoas têm para
conseguirem o seu teto. Imagine, Ver. Tessaro, a Vila Dique aquele problema
sério que há lá, que não tem infraestrutura nenhuma, e agora vai para lá aquela
fantástica estrutura. Estão de parabéns os moradores lá. Obrigado, Vereador.
O
SR. NELCIR TESSARO: É
verdade, Ver. Brasinha. Mas, o mais preocupante, Ver. Brasinha, é que para se
habilitarem a essas casas, as famílias não precisam estar livres do SPC, do
SERASA. A minha preocupação é que quando vem um programa desses do Governo
Federal, aí vem o aproveitamento das unidades já construídas: Rossi lançando,
FIT lançando, GAFISA lançando, Tenda lançando, como se fosse Minha Casa, Minha
Vida - são habitações para famílias que ganham de seis até oito salários
mínimos, mas tem de estar com a ficha limpa, tem de estar fora do SPC e do
SERASA. Hoje, as habitações que realmente são necessárias em Porto Alegre são
para aquelas famílias que ganham até três salários mínimos, para aquelas das
famílias que estão aí com o seu cadastro negativo e não têm acesso a crédito
nenhum na Caixa; para aquelas famílias que hoje não conseguem regularização
fundiária porque não têm verba para buscar o seu dinheiro porque precisam estar
com o cadastro limpo. Então, essa é a minha preocupação: o requentamento dos
loteamentos em Porto Alegre, buscando recursos da Caixa, para os programas de
três até dez salários mínimos, enquanto que as famílias que realmente, hoje,
estão sofrendo, estão debaixo de água, são aquelas famílias que não têm acesso
à moradia porque não há nenhum loteamento aprovado que possa dar condições a
essas famílias de terem, ali, os seus filhos protegidos, dignamente, protegidos
de saúde, com a educação; infelizmente, essas famílias estão excluídas da
sociedade.
O
Sr. Paulinho Ruben Berta: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Conforme nós pudemos constatar
na visita que fizemos, V. Exª, a CUTHAB, lá no novo empreendimento para a Vila
Dique, primeiro: que está se pensando em quase tudo lá. Na minha opinião, lá
falta um Centro de Capacitação para dar uma oportunidade de aprendizado aos
filhos daqueles vão morar lá. E o senhor tocou nas grandes construtoras que
hoje estão em Porto Alegre. Por exemplo: a Tenda está construindo milhares de
apartamentos junto ao Jardim Leopoldina. Eu gostaria muito de saber qual
é a contrapartida que oferecem essas empresas que se instalam onde já foram
construídos esgoto, rede elétrica e tudo mais. Qual é a contrapartida dessas
empresas para aquela população de lá? Quer dizer, estão levando moradores para
lá, mas qual a infraestrutura que está indo junto?
O
SR. NELCIR TESSARO: É
verdade, Ver. Paulinho. É a nossa preocupação também, porque ali a Construtora
Tenda está construindo 960 apartamentos; dessas 960 famílias que irão para
aquele local, onde as crianças vão estudar? Será que a Escola Estadual de
Ensino Fundamental Davi Canabarro, que fica próxima a esse loteamento, vai ser
suficiente? Será que ali haverá um espaço para qualificação profissional? A
contrapartida – que é de 20% -, nós devíamos obrigar que o Executivo destinasse
à construção de associações comunitárias que visem à qualificação profissional.
A contrapartida – se o Município tem o terreno – seria do empreendedor de
construir ali. Nós temos, na Restinga, a mesma empresa Tenda construindo mais
400 apartamentos, sem contrapartida. Nós temos a Construtora Ricardo Ramos
construindo 600 apartamentos na Lomba do Pinheiro. Sabemos que na Lomba do
Pinheiro há deficiência de escola, de creche, posto de saúde. Enfim, onde está
a contrapartida social? Todos os programas sociais do Governo Federal devem
exigir que haja uma contrapartida do empreendedor; o empreendedor é que, no
momento da sua obra, pode fazer. Nós não podemos depender, depois, que as
comunidades façam, que elas venham a se reunir em suas comunidades, em suas
regiões do Orçamento Participativo – OP -, para pleitear que o Governo
Municipal aporte os recursos para fazer aquilo que deveria ser a contrapartida
do Poder Público. Nós sabemos que o Executivo não tem condições de arcar com os
custos financeiros, não tem esse orçamento para construir tantas escolas,
tantas creches em Porto Alegre, não tem para oferecer qualificação
profissional. Precisamos que façam, que a própria empresa contrate serviço
social que ali dê qualificação profissional para as pessoas que vão residir,
que elas possam trabalhar com artesanato; trabalhar, enfim, como
empreendedores, já que não têm emprego.
Falta
também a adoção de praças, porque nós temos 500 praças em Porto Alegre, e
apenas 30% delas são utilizadas pela população; as demais não são utilizadas
porque ninguém tem coragem de entrar em uma praça porque não sabe se sai em
segurança dessa praça.
O
Sr. Ervino Besson: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Tessaro, na linha que V.
Exª se pronunciou no dia de hoje na tribuna, quero referir essa riqueza que há
pouco foi descoberta. Há pouco, não; porque a riqueza do pré-sal vem de longo
tempo, da época do Getúlio, da época da criação da Petrobras.
A
falta de moradia para a população é um problema histórico. Criar um fundo com
essa riqueza do Pré-Sal - que é uma riqueza com relação à qual as pessoas ainda
não chegaram a ter o conhecimento da dimensão, o pré-sal - um fundo social, eu
tenho a certeza de que vamos aliviar muito o sofrimento de muitas pessoas que
têm o problema da moradia. Muito obrigado, Vereador.
O
SR. NELCIR TESSARO: Com
certeza, Ver. Ervino. Eu penso que com essas grandes riquezas, grandes receitas
que o Governo Federal está tendo, deve aportar recursos no Fundo Nacional de
Habitação Social. O Fundo Nacional de Habitação era para estar distribuindo
recursos para todos os Municípios, principalmente para as capitais, para que
elas pudessem ter programas específicos. Porto Alegre não chega a receber
sequer cinco milhões do Fundo Nacional para o Fundo Municipal. É muito
importante salientar isso. Nós, hoje, temos todas as ilhas alagadas. E terrenos
para essas famílias construírem suas casas? Terrenos existem, mas temos que fazer
a desapropriação, temos que colocar aterro para servirem para moradia, para
aquelas áreas poderem ser adequadas. Precisamos regulamentar a APA, que há
tantos anos está aí para ser regulamentada. Então, está na hora de todos os
setores da sociedade, de todas as esferas do Governo arregaçarem as mangas e
trabalharem sem burocracia. Eu sempre digo, Ver. Dib: é a maldita da
“burrocracia” que emperra e mata a população. Muitas vezes, até chegar uma
família dentro de uma casa digna, ela já morreu. É inadmissível demorar um ano
para aprovação de um projeto. Depois de aprovar esse projeto em um ano, são
necessários mais seis meses para buscar o recurso; e aí, precisa mais um ano
para a sua construção. São dois anos e meio perdidos. Será que a população
resiste a tanto tempo? Será que essas famílias que ficaram alagadas nesse final
de semana, na cidade toda, como na Zona Norte, na Bernardino Silveira
Pastoriza, resistem? Essas famílias tiveram que sair das suas casas porque lá
tem um problema sério, pois, no passado, elas mesmas construíram o esgoto
pluvial na frente das suas casas; aí, a água veio e as suas casas alagavam a
cada carro que passava na rua. Foram mais de trinta famílias que abandonaram os
seus lares, ontem. Como ficam essas famílias? Que condições têm elas de dizerem
que são famílias cidadãs de Porto Alegre? Não são não, não têm as condições de
vida, não têm condições de saúde.
O
Sr. Nilo Santos: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Tessaro, quero cumprimentar
V. Exª pelo discurso e ressaltar apenas uma questão: o Governo Federal tem
feito a sua parte? O que o Governo Federal pode fazer para acelerar o processo?
Aproveitando a presença, aqui, da Líder do PT, Verª Maria Celeste, pergunto: o
que pode ser feito para acelerar esse processo para nós resolvermos esse
problema da habitação em Porto Alegre? Da parte do Governo Federal, o que
precisa ser feito para acelerar o processo?
O
SR. NELCIR TESSARO: Eu
entendo e faço um pedido aqui à Verª Maria Celeste e ao Ver. Engenheiro
Comassetto, que também tem muitas ligações com o Governo Federal, que nós
precisamos urgentemente que haja uma flexibilização no caderno de exigências da
Caixa Econômica Federal; ela não pode mais esperar que saia a licença de
instalação para fazer a contratação de loteamento. Entendemos, sim, que com a
licença prévia já se possa dar início à contratação. Com a licença prévia pode
dar início à analise técnica do projeto a ser ali implantado, que ela possa
também facilitar junto ao Programa Minha Casa, Minha Vida a liberação de
recursos para a aquisição de terrenos para que se construam loteamentos.
A
Srª Maria Celeste: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigada, Ver. Tessaro. Quero
dizer que o Governo Federal teve sempre muita disposição com a Prefeitura no
sentido de agilizar, buscar recursos e fornecer projetos e programas especiais
para os mais diversos pontos e atendimentos. Inclusive, há na Vila Dique uma
reivindicação de que os 36 ou 37 metros quadrados são inadequados para as
famílias maiores, também há um esforço da Caixa em buscar uma proposta, uma
alternativa para aumentar a construção nesse sentido. Então somos parceiros com
essa adequação.
Agora,
também, Ver. Nelcir Tessaro, é importante falar que, no que tange ao
licenciamento para a construção dos loteamentos da cidade, não é
responsabilidade do Governo Federal; é responsabilidade da Prefeitura. E há um
processo que tramita na SMAM e na SMOV que leva um considerável tempo e também
há necessidade de agilidade nessa parte - nós concordamos com V. Exª – nesses
tempos, especialmente no licenciamento. Muito obrigada.
O
SR. NELCIR TESSARO: Obrigado,
Verª Maria Celeste. Para finalizar, Sr. Presidente, em todo o País está sendo
aceita, como documento, a licença prévia para a contratação; inclusive há uma
Medida Provisória do Governo Lula, na parte de estradas, dizendo que poderá ser
iniciada uma obra com licenciamento prévio. É com relação a isso o que nós
queremos que Caixa Econômica Federal flexibilize. Obrigado, senhoras e
senhores.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Apregoamos
a Emenda nº 01, de Relator, ao PLE nº 026/09. (Lê.): “Acrescente-se, ao art. 1º
do PLE nº 026/09, o parágrafo único com a redação que segue: Parágrafo Único –
dos cargos criados através da presente lei, cinco serão destinados ao
Centro Municipal de Planejamento Familiar no Hospital Materno-Infantil
Presidente Vargas”. Assinam a Emenda os Vereadores: Dr. Thiago Duarte, Dr.
Raul, Mauro Zacher, entre outros.
O
Ver. Lucio Barcelos está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. LUCIO BARCELOS: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, em nome da Bancada do PSOL, eu gostaria de trazer
a esta Casa e de pedir a atenção dos Srs. Vereadores para um Projeto de Lei que
nós protocolamos hoje nesta Casa e para um Pedido de Informações que nós também
protocolamos nesta Casa.
São
dois assuntos que a nossa Bancada reputa extremamente importantes. Um deles, o
Projeto de Lei, diz respeito ao disciplinamento da criação de um Regime
Urbanístico para a Unidade 4036, que é o nosso Pontal do Estaleiro, a Ponta do
Melo. Como os senhores sabem, nós ingressamos na Justiça do Estado com uma ação
popular pedindo a reintegração de posse daquela área ao Município. Nós ainda
não estamos convencidos, e ninguém demonstrou, nós fizemos um Pedido de
Informações à Prefeitura, nos foram entregues mais de 450 páginas, e não existe
nenhum documento que demonstre, de uma forma acabada, que a área do Pontal, em
algum momento, foi transferida de uma forma juridicamente legal para a iniciativa
privada. Desse ponto de vista, aquela área é uma área pública. Nós defendemos
isso e ingressamos - um grupo de cidadãos - com uma ação popular no Tribunal de
Justiça do Estado, na 1ª Vara da Fazenda Pública, pedindo a reintegração de
posse daquela área ao Município de Porto Alegre.
O
nosso Projeto de Lei tem o objetivo de disciplinar, de criar um Regime
Urbanístico para aquela área, que classifica a área do Pontal como Área
Especial de Interesse Cultural e de Proteção ao Ambiente Natural. Dessa forma,
nós restringimos e pretendemos garantir que aquela seja uma área de acesso
direto da população, que seja uma área onde o uso intensivo e a criação de
prédios fiquem definitivamente eliminados, que seja uma área de lazer, de
cultura, de esporte, que seja uma área de acesso da população. Hoje se discute,
de uma forma permanente, a questão dos adolescentes, do uso de drogas, e esta
seria uma das tantas áreas que poderiam ser utilizadas como áreas de lazer, de
esportes, de cultura para os adolescentes e para a população de Porto Alegre. É
uma área nobre e é uma área que o Município de Porto Alegre pode,
perfeitamente, retomar e fazer com que ela seja uma área integrada à Cidade.
Esta
discussão não é diferente da discussão que vimos, na quinta-feira, na Audiência
Pública que discutiu o Cais do Porto. Quem a assistiu, teve uma sensação de déjà-vu,
pois se voltou à mesma discussão, que é a sustentabilidade em relação ao Cais
do Porto, como se discutiu em relação à questão do Pontal do Estaleiro. Agora,
a sustentabilidade de quem? Do empresário que vai tentar usufruir e utilizar,
de uma forma intensiva, aquela área? Ou a sustentabilidade da população? Nós
defendemos que o Município tem que criar as condições de sustentabilidade para
a população, para ela ter acesso àquela área, ter acesso à área do Cais e à
orla do Guaíba como um todo, para que a população possa, de uma forma cotidiana
e tranquila, usufruir dessas áreas. Não são áreas para construção de grandes
prédios, espigões, especulação imobiliária; são áreas de lazer, são áreas de
cultura, áreas que são inexpropriáveis, em que a população tem que se manter
permanentemente.
Já conversamos com alguns
Vereadores, temos a simpatia da Bancada do PT, do companheiro Beto Moesch,
entregamos ao companheiro Toni Proença e ao companheiro Ferronato uma cópia do
nosso Projeto e gostaríamos de ter o apoio dos 36 Vereadores desta Casa, para
que pudéssemos garantir que o Pontal se transformasse em um grande parque, em
uma grande área de lazer e cultura para a população de Porto Alegre. Esta é a
questão que estamos trazendo.
Protocolamos
um Pedido de Informações em relação à Secretaria de Saúde do Município. Depois,
se houver tempo, eu me manifesto a respeito disso. É o quantitativo de médicos
municipalizados que ainda existem no Município. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Ver. Paulinho Ruben Berta está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. PAULINHO RUBEN BERTA:
Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, Sr. Presidente, Ver. Adeli
Sell; e todos que nos assistem, eu quero aqui, primeiro, aproveitar - por
solicitação do nosso Ver. Tarciso, que não teve oportunidade, por causa do
tempo - para concluir o seu raciocínio, para colocar uma notícia boa para os
praticantes de esporte em Porto Alegre e, em especial, os do CETE. Uma notícia
boa para os cadeirantes que utilizam o CETE (Lê.): “Em visita à Fundergs, junto
com o meu colega Paulinho Ruben Berta [estivemos lá], o Diretor Sr. Solimar nos
comunicou que no prazo de 30 dias irá instalar as placas nas quadras de
basquete e futuramente uma plataforma para facilitar o acesso desses atletas à
sala de musculação, no 2º andar.” Bom, parabéns, Ver. Tarciso. Foi um trabalho
muito bonito, muito digno, e eu me orgulhei de participar dessa luta com o senhor.
Parabéns!
Eu
quero me referir, também, ao discurso, às colocações e à posição do Ver.
Tarciso. As pessoas dos bairros e da periferia de Porto Alegre são, na maioria,
carentes. E as outras pessoas da Cidade, o que fazem hoje? Todas elas têm uma
palavra, na maioria das vezes, de condenação aos adolescentes, principalmente
aos dessa periferia. Acham que se dando oportunidade de colégio lá é o
suficiente, está resolvida a situação. Estão muito enganados. Muito enganados,
pois o que acontece é que, se a pessoa não tiver qualificação, educação e uma
oportunidade de construir, ao longo da sua vida - e eles estão no início da
vida -, uma profissão digna que dê retorno suficiente para que eles possam
manter uma família, eles não vão conseguir. Aí, nós vamos estar trabalhando em
favor do traficante, em favor daqueles que desviam nossos filhos, nossos
adolescentes. Nas vilas tem que haver centro de capacitação, sim, com tudo o
que é necessário, e até mais do que nos grandes centros, nos bairros mais
aquinhoados da nossa Cidade.
Outra
coisa que eu quero colocar: as lideranças comunitárias desta Cidade vão para
dentro do Orçamento Participativo, passam meses, dias, noites, frio, chuva,
trabalhando para levar infraestrutura para as vilas, para os bairros. Lá
batalham, muitas vezes têm enfrentamento por ideias dentro do Orçamento
Participativo, são os que valorizam o Orçamento Participativo. E aí, daqui a
pouco, vem, numa área qualquer da periferia, como, por exemplo, na Juscelino
Kubitschek, que o Ver. Nelcir Tessaro acabou de colocar aqui sobre a construção
de mais um conjunto de moradias lá, uma construtora faz e diz que tem 20% de
contrapartida. Tem que existir uma maneira que se diga onde é que estão sendo
aplicados esses 20%! Porque chega lá, aquela creche pela qual o líder
comunitário batalhou por vários meses, vários anos, disputou com outras
comunidades, serve para isto, para uma empresa que está ganhando dinheiro! Não
levam uma creche, não levam uma praça! Eu dou um exemplo prático: a Praça
México, no centro do Leopoldina, tem um banheiro lá que é um caos! É um caos
total! E aí, essa construtora Tenda que está lá, não dá um tijolo e, se dá, não
diz onde é que colocaram para ajudar! Mas vão utilizar toda aquela estrutura
que foi batalhada com o dinheiro público pelas lideranças comunitárias, que
trabalham e vão à luta! Então, eu pergunto: será que não está na hora dessas
grandes empresas que vão lá e constroem, pegam o dinheiro e vão embora darem um
retorno para as comunidades, levar em consideração, principalmente, as
lideranças comunitárias e chamá-las para discutir quando vão se instalar? Onde
fazem mil apartamentos, poderiam também construir uma creche! Para uma empresa
dessas não é nada! Mas ao fazerem uma creche ou um centro de capacitação, eles
têm condições de dar uma infraestrutura e uma oportunidade a um adolescente!
Hoje, a creche leva até os seis, sete anos; dali o SASE pega até os quatorze; o
Sócio-Educativo, dos quatorze aos dezoito, tudo com dinheiro público. E essas
pessoas, essas empresas só têm o direito de cobrar. Tem que existir, começar a
se formar, na periferia, centros de capacitação profissional com cursos
técnicos, para que as coisas aconteçam. Espero que levem mais em consideração e
tenham mais respeito pela participação das lideranças comunitárias. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell):
O Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra em Grande Expediente.
O
SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI:
Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell; Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, público que nos acompanha pelo Canal 16, pessoas que estão aqui
presentes, saúdo o nosso colega Ver. Cau Dias, de Gravataí, já na terceira
gestão, está visitando a Câmara de Vereadores aqui em Porto Alegre. Estava
atentamente ouvindo a primeira intervenção de Liderança, do Ver. João Antonio
Dib - o qual porta uma tarja de luto em relação à questão dos municipários - e
aí eu estava refletindo, Ver. João Antonio Dib, que o Governo Fogaça se elegeu
na última legislatura com o slogan: “A mudança não pode parar.” Essa
“mudança não pode parar” é para baixo ou é para cima? É para melhor ou para
pior? Se nós avaliarmos do ponto de vista que o Governo Fogaça mandou para esta
Casa a criação de sete Secretarias, somente nessas, Ver. João Antonio Dib - eu
tenho os dados aqui para mostrar aos nossos colegas -, nós, em 2004, deixamos o
Governo com 267 CCs; em 2008, o Governo Fogaça já tinha 445 CCs.
Quando
nós andamos pelas ruas da Cidade, nós recebemos críticas profundas em relação a
nós fazermos, às vezes, um discurso aqui considerado radical. Mas será que nós
temos que fechar os olhos para esse tipo de atitude que, em vez de promover um
concurso público e fazer com que os trabalhadores entrem pela porta de frente,
o faz através de projeto de lei criando CCs, porque tem uma base aqui que é
maioria? Ou quem sabe lá o Governo se preocupa em atender seus aliados e
esquece, de fato, um tratamento diferenciado ao funcionalismo público e às
políticas públicas do Município de Porto Alegre?
Realmente,
nós Vereadores temos que nos preocupar muito, porque, se nós observarmos,
fazendo algumas comparações que são importantes aqui, Verª Maria Celeste, nossa
Líder, no último ano do nosso Governo, em 2004, Ver. Todeschini, nós gastamos
em publicidade seis milhões e 300 mil reais; o Governo Fogaça, apenas no ano de
2007, gastou 15,4 milhões de reais, somente em publicidade. Se nós somarmos os
últimos quatro anos do Governo Fogaça, já são mais de 41 milhões em
publicidade, Ver. Todeschini! Quantos postos de saúde nós poderíamos ter
construído? Ao menos poderíamos ter resolvido o Programa de Saúde da Família!
Ao menos, poderíamos ter resolvido o Programa de Saúde da Família, com relação
ao qual o Governo mandou um Projeto de Lei – vergonhoso - a esta Casa, e que
até agora não quis votar, para poder, então, assumir para si o gerenciamento
desse serviço. Não; mantém uma empresa chamada Sollus, que o Tribunal de Contas
da União disse que estava irregular, desviou recurso e agora contrata uma outra
instituição chamada Instituto de Cardiologia. Não estou dizendo que o Instituto
de Cardiologia possa ter os mesmos problemas da Sollus, mas isso dá uma
demonstração clara, Ver. João Antonio Dib, de que este Governo não quer
resolver os problemas da população da nossa Cidade.
Por
outro lado, nós vemos que, não fossem algumas instituições na área da Saúde de
extraordinário conceito na Cidade, como é o Hospital de Clínicas, o Hospital
Conceição, como são alguns hospitais filantrópicos que praticamente atendem
mais de 80% da demanda da Saúde em Porto Alegre, o que seria da Cidade, se eles
não conseguem resolver sequer o atendimento básico das unidades de Saúde? Nós
estamos, realmente, numa situação muito, muito difícil!
Tanto
é verdade que, quando nós deixamos o Governo, tínhamos 1.070 estagiários. Ver.
João Antonio Dib, sabe quantos estagiários o Governo Municipal tem hoje, entre
a Administração Centralizada e a Descentralizada, como fala a nossa Líder? São
2.810 estagiários. Nós tínhamos 1.070 estagiários; e o Governo Municipal, hoje,
tem 2.810 estagiários! Isso demonstra claramente que é muito fácil assim: não
promove concurso público para resolver de fato a situação, e é mais fácil
contratar um estagiário. Aí, nós verificamos que o funcionalismo público está
indignado, porque, na verdade, a maioria dos serviços está com falta de
recursos humanos, pois o estagiário não está qualificado para atender à demanda
necessária, pois ele é um aprendiz, é um estudante. Às vezes, o Governo diz que
é rebeldia, que é uma greve que não tem procedência e que alguns grupos de
funcionários são partidários.
Então,
por essa e muitas razões, a gente queria aqui condenar essa atitude
irresponsável do atual Governo, que, na verdade, deveria mandar projetos de lei
consistentes para esta Casa; inclusive, na Pauta de hoje, há projetos para
criação de mais cargos de confiança.
O
Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Aldacir José
Oliboni, em primeiro lugar, eu vou lhe pedir desculpas, porque V. Exª falou em
responsabilidade, e eu tenho responsabilidade sobre a Comissão que revisa o
Plano Diretor. Eu quero aproveitar para dizer que nós não falhamos em nada, na
sexta-feira nós trabalhamos, mas, no entanto, a previsão era de darmos cerca de
300 destaques. Então, nós trocamos o dia de segunda-feira, hoje, para
sexta-feira, para que pudesse ser reorganizado o debate; e todos os Vereadores
estavam presentes. Saúde e PAZ! Obrigado.
O
SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Eu
agradeço, Ver. João Antonio Dib. Continuando a minha explanação, fazendo uma
pequena avaliação do Governo Fogaça, eu diria que na área da Educação, Ver.
Ervino Besson, o Governo Municipal recebeu com 92 escolas e continuam as 92
escolas. Vejamos, por exemplo, a questão da quantidade dos alunos. Somente no
Mova e no Proeja, quando nós deixamos o Governo, nós tínhamos 319 convênios, e
isso representava um atendimento para 4.405 pessoas. O atual Governo, de 2005 a
2007, mantém, ou manteve, 77 convênios e atende 1.708 pessoas, isto é, jovens.
Uma diferença estrondosa, mais de 50% estão fora da aula, exatamente porque o
Governo, ao invés de aumentar algumas políticas sociais ou alguns cursos de
inclusão, ou promovê-los, na verdade está cortando programas que nós criamos.
Aí
eu queria dizer que quando nós vamos a uma unidade de saúde, o cidadão que está
na fila - porque essa unidade de saúde apenas atende dez pessoas, são
distribuídas dez fichas para atendimento médico, e a grande maioria volta para
casa porque não tem atendimento, é uma verdadeira frustração -, ao ver ou
encontrar um Vereador, diz: “Vocês são todos iguais. Os políticos são todos
iguais!” E aí a gente tenta dizer o seguinte: ”Nós, da oposição, estamos
cobrando do atual Governo, que prometeu a solução e que criticava a espera de
um ano, dois anos de consulta, mas que está fazendo a mesma coisa.” Tanto é
verdade que este Governo não resolve as questões da área da Saúde que inúmeras
delas perderam recursos. Nós poderíamos aqui citar a questão do PAM-3, a
questão do HPS, a questão de inúmeras unidades de saúde com verbas
parlamentares, e até então não foram implementadas reformas porque o Governo
Municipal não mandou o Projeto para o Ministério da Saúde.
Então é com essas e muitas
outras razões que ficamos indignados. Mas mais indignados ainda, quando vamos
verificar que a Peça Orçamentária vinda para esta Casa é uma maquiagem, uma
verdadeira maquiagem! Tanto é verdade que, se nós podemos dar alguns exemplos,
na nossa época, nas plenárias do Orçamento Participativo, Ver. Todeschini, nós
colocávamos no mínimo 30 mil pessoas/ano – 30 mil pessoas participando
anualmente. O atual Governo bota 14 a 15 mil pessoas participando anualmente,
mas, se avaliarmos do ponto de vista de que mais de 700 obras demandadas no OP,
nem 40% das obras foram executadas.
É evidente que há uma
frustração, óbvia e lógica, da comunidade com relação à política, com relação
aos políticos. Porque, na verdade, aqueles que deveriam promover a inclusão
social e a política, ali na comunidade, estão distantes dela. Tanto é verdade
que o Sr. Eliseu Santos não vai às unidades de saúde e nem vem a esta Casa.
Então
nós também estamos frustrados quando um Governo diz que “a mudança não pode
parar”. Mas, na verdade, esta mudança não pode parar para baixo. Porque, se
fosse para cima, no sentido de aumentar as políticas sociais e promover a inclusão,
nós iríamos verificar aqui que as unidades de saúde tinham aumentado; que o
Programa de Saúde da Família tinha sido resolvido; que as obras do OP – todas
ou grande parte delas – tinham sido realizadas; e que a Peça Orçamentária não
fosse uma maquiagem como está sendo.
Tanto
é verdade que, quando nós discutimos aqui até a semana passada, o Plano
Plurianual, Ver. Bernardino, nós percebemos que com relação a muitos programas
que na verdade nós queríamos contemplar com emendas parlamentares, a base do seu
Governo foi contra. Então, o Legislativo é visto como oposição ou como uma
forma de poder contribuir, contemplar a população que, por sua vez, busca os
Vereadores para poder melhorar a qualidade de vida na cidade de Porto Alegre.
O
Sr. Bernardino Vendruscolo: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, eu quero lhe
agradecer pelo aparte e reconhecer que nós temos muitos problemas. Agora, na
sua opinião, o Prefeito Fogaça tem algo de positivo para a Cidade?
O
SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Possivelmente
para grande parte dos camelôs o camelódromo tenha sido importante; mas uma
grande parte desses camelôs, também para eles, não foi importante. Eu não
visualizo nenhum projeto estratégico do Governo Fogaça que contemple os
cidadãos e cidadãs. Infelizmente ficou só no discurso, e continua sendo. Tanto
é verdade que vou lhe dar mais um dado, Ver. Bernardino: nos anos de 2002 a
2004, nós construímos, somente em vias públicas de Porto Alegre, 588 mil
quilômetros quadrados de pavimentação; no Governo Fogaça, nos anos de 2005 a
2007 - portanto dois anos de cada um – ele construiu 251,6 mil quilômetros
quadrados, 57% a menos do que nós fizemos! Se nós compararmos, Ver. Besson,
todos os anos – todos os anos – o Governo Fogaça fez menos. Depois dizem que
nós é que não fizemos a coisas. Na verdade, isso não se complementa, porque o
que está na Peça Orçamentária, Ver. Besson, não é uma verdade, eu poderia dizer
até que é uma mentira.
O
Sr. Ervino Besson: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Oliboni, V. Exª está
fazendo um relato da Administração Fogaça. Eu quero dizer a V. Exª que o Fogaça
foi reeleito, e, se fosse permitido, por lei, um terceiro mandato, um quarto,
ele seria reeleito novamente, com sobra de voto, pelo trabalho sério que ele
está fazendo em prol da nossa Porto Alegre. Eu tenho certeza de que V. Exª sabe
disso, só não sei por que V. Exª hoje partiu para essa linha no seu
pronunciamento, que não é a linha de V. Exª, porque eu conheço o trabalho de
Vossa Excelência. Muito obrigado, Vereador.
O
SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: O
cidadão que está lá na periferia, esse sabe do que estamos falando; o cidadão
que não consegue uma consulta sabe do que nós estamos falando; o cidadão que
assiste e acompanha pelos jornais sabe que o Governo Fogaça é o governo das
elites. É ou não é, Ver. Todeschini?
O
Sr. Carlos Todeschini: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado por me conceder um
aparte, Ver. Oliboni. Eu me inscrevi justamente para testemunhar. Para o
cidadão que anda de ônibus, com certeza esse sabe do que se está falando; para
os empresários de ônibus, está aí visto, baixou o diesel em 10%, e
nenhum centavo baixou da passagem, não sei. Para a especulação imobiliária,
nunca um Governo foi tão bom; agora, para os pobres, nunca foi tão lento! O
povo está aí, alagado, flagelado. O Prefeito? Não sei onde está, a gente sabe
que ele andou na França na semana passada, ele anda em todos os lugares, menos
nas vilas, menos onde o povo sofredor está vivendo e passando a falta de saúde,
a enchente e muitos outros problemas. Muito obrigado.
O
SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Com
toda a certeza, Ver. Todeschini, possivelmente V. Exª com muitos colegas
Vereadores estão andando pela Cidade. Tanto é verdade que a FASC tem um
cadastro em que, segundo ela, há somente 440 moradores de rua, mas, segundo
dados dos agentes comunitários, tem 1.800 moradores de rua. E aquele cidadão
que vem aqui em Porto Alegre para consultar, ou até mesmo conhecer a Cidade,
vê, em cada marquise, um cidadão deitado no chão. Será que é esta a cidade que
o Fogaça foi vender há poucos dias lá fora? Nós não queremos que isso aconteça.
Nós, da oposição, Ver. Dr. Thiago, queremos contribuir, e por isso queremos que
os Vereadores sejam valorizados, quando nós apresentamos uma Emenda aqui é para
construir e não para dizer o que muitos Vereadores aqui dizem: que nós não
fizemos nada e que o Governo Fogaça é um Governo para todos. Pelo que estou
vendo, é um Governo de alguns, principalmente dos que detêm um poder aquisitivo
mais alto na cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
Eu agradeço ao Ver. Adeli Sell pela condução dos trabalhos.
Havendo
quórum, passamos à
REQUERIMENTO
- VOTAÇÃO
(encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
REQ.
Nº 124/09 – (Proc. nº 3870/09 – Mesa Diretora) – requer seja o
período de Comunicações do dia 05 de outubro, destinado a assinalar
o transcurso do mês do idoso.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
Em votação o Requerimento nº 124/09, de autoria da Mesa Diretora. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. Nº 3772/09 - PROJETO DE LEI DO
EXECUTIVO Nº 026/09, que
cria cargos de provimento efetivo na Administração Centralizada constantes da
Lei nº 6.309, de 28 de dezembro de 1988, e alterações posteriores.
Parecer Conjunto:
-
da CCJ, CEFOR, CUTHAB, CEDECONDH e COSMAM. Relator-Geral Ver. Thiago
Duarte: pela aprovação do Projeto.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
Em discussão o PLE nº 026/09. (Pausa.) O Ver. Carlos Todeschini está com a
palavra para discutir o PLE nº 026/09.
O
SR. CARLOS TODESCHINI: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Vereadores e Vereadoras, pessoas que nos
acompanham, que nos assistem, que nos ouvem pela Rádio Web da Câmara, o
nosso boa-tarde. Recebemos, há poucos dias, o Secretário Municipal de Saúde, e
todos declaramos que apoiaremos este Projeto, porque a contratação desses
médicos, desses profissionais é uma necessidade. Eles vêm para substituir as
vagas dos médicos que eram municipalizados, os médicos que pertenciam aos
quadros da União e também aos quadros do Estado.
Então,
essa é uma medida que caminha na direção de suprir as necessidades que o
Município tem de contratação de profissionais médicos.
No
entanto, isso não pode acobertar os problemas que estamos enfrentando no
Município, porque a carência de profissionais, Ver. Lucio Barcelos - que foi
Secretário de Saúde -, é de 2.500 profissionais, aproximadamente; entre
médicos, dentistas, técnicos, enfermeiros, auxiliares, administradores de todas
as áreas da Saúde. E aí está a parte inclusive do PSF, pela qual estamos
lutando aqui para ter uma lei, e o Município assumiu uma obrigação, perante o
Ministério Público, por meio de um TAC, de enviar o Projeto à Câmara. Ele o fez
e não quer votar. O Governo não quer votar o Projeto que cria o Programa de
Saúde da Família, que prevê a contratação desses 2.500, de mais de 900
profissionais.
E
agora essa carência está sendo suprida, principalmente por contratos
terceirizados. Ontem foi a Sollus; hoje, é a Fundação de Cardiologia; e há um
outro contrato, por meio da Cooperativa dos Funcionários da PUC - inclusive
teremos amanhã uma audiência na COSMAM, em função do problema da crise toda
criada, uma vez que o Governo contrata, temporariamente, por 90 dias, e depois
suspende esses contratos, deixando as Unidades de Saúde, quer sejam elas os
pronto atendimentos, quer sejam os PSFs que são muito supridos por isso, quer
sejam as USs, enfim, não importando a natureza, o próprio Pronto Socorro e o
PACS também são atendidos por esses profissionais que estão tendo os contratos suspensos
unilateralmente amanhã.
Então,
vejam só: estamos fazendo um remendinho, contratando cem profissionais, e o
Governo terá o nosso apoio. Mas isso não vai resolver o problema da Saúde.
De
outro lado, temos que fazer uma discussão, tomar uma posição e uma decisão
sobre níveis salariais, porque o Município contrata profissionais com sete
salários básicos diferenciados, sendo que isso torna ingovernável a situação,
tanto é que para cada médico, cada profissional que ingressa no serviço, nós
temos a perda de três, quatro ou cinco, ou quando a perda também se dá por
causa de violência, não é, Verª Maria Celeste? Na Vila Safira, a única médica
que havia lá pediu demissão, na sexta-feira, devido a ações de violência: houve
um segundo assalto, fazendo com que a médica saísse do posto, fosse embora do
serviço.
Estamos discutindo uma
situação muito séria, Verª Maria Celeste, porque o Município inclusive está
pensando - e aí, ex-Secretário Lucio, quero que V. Exª reflita comigo – que,
por exemplo, esses contratos emergenciais feitos por meio da Secretaria da
Fazenda para suprir as necessidades de profissionais para atender às demandas
geradas pela gripe A (H1N1) não são mais necessários, que esse é um problema
superado, um problema do passado. No entanto, a imprensa está aí a noticiar que
vamos ter queda violenta de temperatura, que a enchente vai continuar e
aumentar, Dr. Raul, e que, nos próximos dias, a situação será muito crítica,
haverá muita umidade, muita enchente e a entrada de massas muito intensas de ar
frio, o que vai agravar o quadro de problemas da Saúde pública da Cidade.
Vamos
aprovar isso, mas alertamos que não é o suficiente sequer para repor os que
saíram nos últimos dias. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Pedro Ruas está com a palavra para discutir o PLE nº 026/09.
O
SR. PEDRO RUAS: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, este tema,
que será enfocado melhor pelo Ver. Lucio Barcelos, que falará depois deste
Vereador, também da Bancada do PSOL, merece de nós rápidos registros, e, na
verdade, todos eles positivos. Até aproveito, Ver. Haroldo de Souza, para dizer
que é importante que os nossos colegas percebam que o tipo de oposição que
fazemos na Casa tem um caráter bastante construtivo – tanto que não votamos,
Vereador -, e até já houve alguma acusação nesse sentido - mas com pedido de
desculpas posterior, então eu relevo – de que não votávamos a favor do
Executivo. Não é verdade, esta é a prova material e objetiva disso. Este é um
Projeto sério e importante, ele tem toda uma carga de atendimento a
necessidades que lamentavelmente vão além do que propõe o Projeto. Os
Vereadores Dr. Thiago, Dr. Raul, Lucio Barcelos, que são médicos, conhecem bem
o tema, provavelmente mais que a média dos Vereadores, e mais que este
Vereador, mas nós também recebemos demandas seriíssimas, importantíssimas, da
comunidade, e o caso mais debatido, nesta Casa do Povo, tem sido a questão da
Vila Santa Rosa, no Bairro Sarandi. Há, efetivamente, uma carência muito grande
de profissionais da Saúde, em seu todo, e, particularmente, de médicos na nossa
Cidade. Agora, com a triste epidemia, com vítimas fatais da chamada gripe A,
nós tivemos, de forma mais intensa, essa demonstração de necessidade, como
também com a chuva, com os alagamentos registrou-se novamente a carência, em
alguns lugares, em caráter absoluto, de profissionais de Saúde, particularmente
médicos para atendimento da população mais carente. Por isso vemos com bons
olhos, Vereadoras, Vereadores, o Projeto que vem do Executivo criando essas 100
vagas. Achamos até que deveriam ser mais de 100 vagas. A necessidade real, pelo
que nós pudemos observar até agora, é superior.
Então
registro, nesse sentido, meu caro Presidente, Sebastião Melo, Vereadoras,
Vereadores, o apoio do PSOL ao Projeto. A questão das Emendas está ainda em
discussão, mesmo porque nós temos que verificar o seguinte: em todos os lugares
há, geograficamente, necessidades sérias, específicas, importantes. Nós temos
que ter muito critério na localização que, por via de emendas, podemos fazer ou
não da atividade desses médicos. Então, o nosso apoio é ao Projeto.
Por outro lado, surgem
também outras emendas que dizem respeito a outro tipo de criação de cargos, o
que também não merece o nosso apoio até o momento. Tratamos aqui, única e
exclusivamente, com aplausos, de encaminhar ainda em discussão um voto
favorável ao Projeto do Executivo.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
O Ver. Lucio Barcelos está com a palavra para discutir o PLE nº 026/09.
O
SR. LUCIO BARCELOS: Sr.
Presidente, Sebastião Melo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, o problema
da Saúde pública neste País, no Estado e aqui em Porto Alegre é um problema
extremamente grave e não vai se resolver, evidentemente, com mais 100 ou menos
100 médicos no Município, pois a Prefeitura de Porto Alegre está propondo a
esta Casa que seja aprovada a criação de 100 novos cargos para médicos no
Município.
O
SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, público que acompanha a Sessão no dia de hoje, eu gostaria muito
que o Governo Municipal pudesse mandar para esta Casa um Projeto de Lei
contemplando todas as categorias da área da Saúde, não só precisamente os
médicos. Sabemos que os médicos são muito importantes, faltam muitos médicos na
Rede Básica, como também estão faltando profissionais na área da Saúde.
Já
fizemos um apelo ao Secretário - que esteve aqui na Mesa Diretora -, no sentido
de que, de fato, gostaríamos que ele mandasse outro Projeto de Lei para esta
Casa - que existe, que está tramitando lá na Procuradoria – que diz respeito a
novecentos e poucos cargos para as demais funções, para, de fato, contemplarmos
e preenchermos todas as vagas que existem, tanto na parte das Unidades de
Saúde, como também no Programa de Saúde da Família.
Eu
peguei o Projeto de Lei para apresentar o seguinte: temos o Sindicato Médico de
Porto Alegre, que, na verdade, está radicalmente contra este Projeto, porque
ele diz que o vencimento básico – e está aqui, o Sindicato Médico tem razão - é
de R$ 1.349,40, Ver. Comassetto. Depois tem o Regime de Tempo Integral - RTI -
de 674 reais; a Gratificação, em função de algumas distâncias em Porto Alegre,
que prevê uma GS de R$ 337,00. Depois, tem insalubridade de R$ 314,00 e,
dependendo do local, tem uma GIT de R$ 786,00. Enfim, o médico poderá ganhar R$
3. 463,00. Eu tenho certeza absoluta de que o Ver. Dr. Raul, que está aqui, o
Ver. Dr. Thiago, eles jamais vão concordar com esse salário. Ver. Manfro, esse
é um salário insignificante, esse é um salário que não atende à expectativa, à
necessidade e, mais do que isso, à carga horária que o médico faz, porque, no
contrato original do Projeto de Lei, está 30 horas semanais e, na verdade, o
Sindicato Médico diz que já é difícil concluir 20 horas semanais. A grande
maioria dos atuais médicos acaba compensando em plantões, nos finais de semana.
O
Governo Municipal poderia ter feito uma Retificativa negociando com o Sindicato
Médico, porque, logo ali na frente, quando houver o concurso, com certeza nós
teremos que ter médicos motivados a entrar nessa disputa para entrar na Rede
Básica. Caso contrário, nós não vamos ter inscritos, aqui, no concurso para
Médicos. Eu gostaria que houvesse 10 candidatos por vaga. Será que nós vamos
ter, aqui, os 100 candidatos interessados em entrar na rede pública, um
trabalho completamente estressante, por esse salário? Este é o primeiro
aspecto.
O
segundo aspecto é que estão surgindo algumas Emendas, como alguns colegas
Vereadores aqui falaram, que contemplam algumas regiões da Cidade. Ou nós
olhamos a Cidade como uma só em que em todas as Unidades em que estão faltando
médicos as vagas possam ser preenchidas, ou nós não podemos aprovar Emendas. As
Emendas não podem simplesmente direcionar para uma área da Cidade apenas. Nós
temos que olhar para o universo da Cidade, até porque, se nós observarmos, das
mais de cinquenta e poucas especialidades, Ver. Tessaro, o Governo não está
dizendo, aqui, Ver. DJ Cassiá, quais as especialidades que ele vai contratar,
para as quais ele vai fazer concurso público. Ele não está dizendo. Portanto,
se lá numa Unidade de Saúde ou num Posto 24 Horas, num Pronto-Atendimento
precisar de um Urologista, de um Ginecologista, de um Neurologista, a população
não sabe se, de fato, o Governo vai colocar esses especialistas naquelas
Unidades de Saúdes. Então, está muito confuso.
Apesar
de tudo, com certeza, nós estaremos votando favoravelmente a essa criação dos
100 cargos de Médico, mas, sempre dizendo que é de fundamental importância que
o Governo olhe a Saúde como uma coisa só e que contratando só médicos não quer
dizer que quer o atendimento para toda a Cidade, porque, na grande maioria das
Unidades, faltam médicos, faltam enfermeiros, faltam técnicos de enfermagem,
faltam nutricionistas, faltam agentes comunitários, faltam muitos
profissionais. E o Governo não promoveu concurso público ainda para preencher
essas vagas. Por essa razão é que nós continuaremos fazendo este apelo. Muito
obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O
Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o PLE nº 026/09.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu tinha
me inscrito para discutir esta matéria antes do pronunciamento do Ver. Pedro
Ruas. Com o pronunciamento do Ver. Pedro Ruas, seria, de certa forma, até
desnecessária uma manifestação minha, porque, com a autoridade de quem é
oposição na Casa, mas que tem critério, sustenta que este é o tipo de matéria
em que, se alguma coisa tiver a ser lamentada é que em vez de contratar 100
médicos nós pudéssemos contratar um número maior, dado que é notória a carência
de médicos nesse particular.
Foi
citado aqui o exemplo da Vila Santa Rosa, Verª Maria Celeste, que é um exemplo
que a gente conhece muito bem. Outros tantos exemplos poderiam ser citados, na
medida em que o corpo médico do Município se constituiu ao longo do tempo
através de algumas alternativas que gradativamente foram se esgotando,
especialmente com a absorção de funcionários de nível federal e de nível
estadual que foram se aposentando, Ver. Dr. Raul, criando lacunas que
necessariamente precisam ser preenchidas.
Nesse
particular concordamos com o Secretário da Saúde, o nosso ex-colega Eliseu
Santos, quando ele diz que para o número de 100 ele reza que surjam candidatos
interessados em participar do concurso público e que possam ser preenchidas
essas vagas. Se isso não é tudo, é um avanço positivo que se dá no
enfrentamento dessa situação, porque não se faz medicina sem profissional da
área médica.
Há
uma discussão muito polêmica a respeito dos vencimentos, do salário dos
médicos, e o Ver. Manfro conhece bem essa situação, mas naturalmente não podemos
- não é, Ver. Thiago? - na expectativa de conseguir o ótimo, botar fora o bom.
Eu
bem gostaria que os médicos ganhassem mais do que efetivamente estão ganhando,
e espero que em breve se encontre o caminho para que isso ocorra, pois sei que
é muito difícil conciliar as dificuldades orçamentárias com o reconhecimento do
corpo médico qualificado do Município. Sei que é difícil. Imaginou-se o SUS
aqui à imagem, no que fosse possível, de alguns países socialistas, como é em
Cuba, onde as pessoas ganham pouco e se conformam com aquilo, mas aqui não é
assim: aqui é um regime de competição, e até porque muitas vezes nossos
salários são uma mentira, na medida em que, declaradamente, nós ganhamos tanto
e as onerações fiscais são de tal ordem que se reduz em 30% a 40%, o que torna
uma ficção os famosos salários declarados.
Por
isso, com essas considerações adjetivas, há um problema substantivo que se nos
apresenta, que é aprovar ou não aprovar a contratação de 100 médicos. É natural
que vamos aprovar. Quero até lisamente dizer que, quanto às Emendas a este
Projeto, vou refletir adequadamente sobre elas na hora da votação. O meu
compromisso é formalmente com o Projeto, que tem todo o meu apoio; quanto às
Emendas, vamos observar como as coisas se colocam, quantas Emendas teremos, se
uma, duas ou três - se for reduzida a uma só, fica mais fácil de examinar; se
houver mais de uma, se dá um conflito -, mas o objetivo principal, central, que
é o Projeto em si, sem dúvida nenhuma, tem nosso apoio, como já declaramos desde
a primeira hora, quando este Projeto entrou em discussão preliminar e recebeu
uma manifestação nossa neste sentido. Não há que se discutir, é mais uma
matéria que é pacífica e que a Casa, acredito, por unanimidade vai consagrar,
dentro em breve, com uma votação maciça a favor da proposta, contando,
inclusive, com o voto do Ver. Brasinha, o que qualificaria a nossa decisão.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): A
Verª Maria Celeste está com a palavra para discutir o PLE nº 026/09.
A
SRA. MARIA CELESTE: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, é
extremamente pertinente este Projeto. Já discutimos a importância dele na
Reunião Conjunta das Comissões e, agora, aqui, nessa priorização de votação,
porque nós temos aqui nesta tribuna reiteradamente colocado os problemas da
Saúde no Município de Porto Alegre.
O Ver. Paulinho Ruben
Berta, que mora na região do Rubem Berta, sabe o quanto se levanta como
prioridade no Orçamento Participativo a questão da Saúde. Mesmo tendo ficado em
quarto lugar nas prioridades do Orçamento Participativo, neste ano, temos
percebido o quanto nós temos que lutar pela Saúde em nosso Município.
Temos verificado que o
investimento na área da Saúde na cidade de Porto Alegre, Ver. Carlos Todeschini
- que é o Presidente da Comissão e que trabalha muito este tema aqui na Casa -
, caiu consideravelmente. Nós fizemos esse alerta quando discutimos a LDO. Do
investimento na Saúde em 2009, que foi priorizado e colocado no ano passado,
autorizado pela LDO, de 29 milhões, foram executados apenas 5,9% - 5,9% do
autorizado na LDO, por esta Casa.
Portanto,
por não ter todo o investimento sido aplicado no Município, nós nos deparamos
com uma situação de verdadeiro caos no Município de Porto Alegre no que diz
respeito à Saúde Pública. E essa questão do investimento tem muito a ver com a
priorização do Governo. Nós percebemos que o Governo Fogaça não prioriza a
Saúde no Município de Porto Alegre. Este é um dado concreto, são denúncias
concretas na questão do Orçamento. O Conselho Municipal de Saúde tem colocado
dessa forma também. Portanto, de uma forma muito responsável, a oposição desta
Casa tem feito duras críticas ao Secretário da Saúde pela falta de investimento
e pela falta de priorização na área da Saúde no Município de Porto Alegre.
Quando
recebemos aqui este Projeto, há 20 dias, 30 dias, ele teve, sim, a parceria da
oposição para estar nesta Casa, para votar em Regime de Urgência, urgentíssima,
porque entendemos, Ver. Alceu Brasinha, ser extremamente importante a abertura
desses 100 cargos que serão providos por concurso público e, portanto, o
Projeto tem o nosso aval, o nosso acordo; porque o que não queremos e não
daremos mais aval nesta Casa é para a criação de cargos de confiança deste
Governo, que, aliás, no último período foi o Governo que mais contratou CCs no
Município de Porto Alegre; foi o Governo que mais criou Secretarias no último
período - sete Secretarias foram criadas - e aumentou em 66% o número de CCs no
Município de Porto Alegre. Com isso nós não concordamos; não daremos mais aval
para qualquer projeto de iniciativa de criação de cargos CCs no Município.
Agora, quando se trata de cargos de provimento, numa área tão necessária quanto
à Saúde, terá aqui todo o acordo, a parceria, a boa vontade de todos nós,
inclusive para votar em regime de urgência, urgentíssima projeto dessa
magnitude. Agora, nós também queremos discutir – e fizemos isso, através de uma
Audiência Pública lá na Região Norte da cidade de Porto Alegre - o problema da
UBS Santa Rosa e da UBS Ramos. Nós discutimos e tivemos a palavra do Secretário
de que iria, de fato, tentar resolver aquela situação, e até agora ainda não
temos concretamente nenhuma proposta do Governo, do Secretário especialmente.
Estamos, então, fazendo uma Emenda a este Projeto para que a Câmara Municipal
cumpra com a sua responsabilidade, e estamos indicando que para o provimento
desses cargos sejam colocados no mínimo – no mínimo! – mais três médicos na UBS
Santa Rosa e mais dois na UBS Ramos. Assim como a demanda, que está no Conselho
Municipal das Unidades de Saúde do Partenon, da Região Leste da Cidade, que tem
um déficit muito grande de médicos ali aportados. E, portanto, nós estamos
apresentando uma Emenda em parceria com outras Lideranças da Casa para que
essas demandas que foram apontadas e colocadas, especialmente na Audiência
Pública de 10 dias atrás, sejam, efetivamente, na prática, colocadas pelo
Secretário de Saúde como prioridade na contratação e na efetivação desses 100
cargos de provimento que estamos liberando no dia de hoje.
Portanto,
conto com as Lideranças, com os Vereadores e com as Vereadoras desta Casa no
sentido de que aprovem a Emenda que estamos propondo aqui em parceria com
diversas Lideranças. Muito obrigada
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O
Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra para discutir o PLE nº 026/09.
O
SR. DR. THIAGO DUARTE:
Ilustre Presidente, Ver. Toni Proença; ilustres Pares, reparem bem neste ato
(Lê.):”A Secretaria Municipal de Administração, no uso de suas atribuições
legais, nomeia [só peguei o cargo de Enfermeiro] para o cargo de Enfermeiro os
candidatos abaixo relacionados: Raquel Carboneiro dos Santos...” e assim por
diante. São dezessete Enfermeiros, três afrodescendentes e dois portadores de
necessidades especiais, nomeados por concurso público no dia 06 de agosto de
2009.
Então,
eu fico muito preocupado com a desinformação de alguns colegas que não sabem ou
não querem saber desse tipo de situação. Temos concurso em vigor para os outros
cargos: de Enfermeiros, de Técnicos de Enfermagem, temos as vagas e elas estão
sendo preenchidas. É um total de 25 profissionais, Ver. Brasinha, que foram
nomeados, agora, em agosto de 2009.
Então,
muito me preocupa que algum Vereador não saiba disso.
A
segunda questão que me preocupa bastante é quando se fala em alguns setores da
Cidade de se achar que o HPS, por exemplo, como também o Hospital Presidente
Vargas não são hospitais para toda a Cidade. De se achar que o Centro de
Planejamento Familiar, criado por esta Casa pelo conjunto dos Vereadores, não é
um Centro de Planejamento Familiar para toda a Cidade; e efetivamente o é.
O
Sr. Alceu Brasinha: V.
Exª me permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Dr. Thiago, é que os
outros colegas sabem, mas fazem que não sabem, porque não querem falar, porque
eles são mais bem informados do que nós!
Eles
“se fazem” e não querem falar dessa tribuna; porque, se quisessem falar, eles
falavam a verdade.
O
SR. DR. THIAGO DUARTE: Muito
obrigado, Ver. Brasinha. E é importante referir aqui, então, que o Centro de
Planejamento Familiar, que temos conversado aí, conversamos com a Gestão,
conversamos com o conjunto de Vereadores sobre uma proposta do Ver. Mauro
Zacher junto ao Ver. Dr. Raul, de que esse Centro de Planejamento Familiar é um
centro para toda a Cidade; assim como é o Hospital Presidente Vargas, assim
como é o Hospital de Pronto Socorro.
Então,
é fundamental que, a partir do momento em que nós, esta Casa, criou o Centro de
Planejamento Familiar, seja dada a estrutura para que esse Centro de
Planejamento Familiar, efetivamente, funcione. Senão não adianta. Não adianta,
Ver. Dr. Raul, criar o Centro existir e ele não ter como funcionar,
principalmente por falta de profissionais médicos. Então, é nesse sentido esta
nossa manifestação.
Gostei
muito do que o Ver. Lucio Barcelos veio aqui colocar: que, realmente, Ver.
Lucio, nós temos um sério problema de financiamento do SUS. E isso pela falta
de um marco regulatório federal. O que regula o SUS o que regula a vinda de
verba para o SUS no Município é uma Portaria do Ministro da Saúde, que, a
qualquer momento, pode ser removida. Então, não se tem como criar cargos
efetivos com esse objetivo, com essa base. É fundamental que se tenha um marco
regulatório para que, efetivamente, recursos venham, fundo a fundo, para o SUS.
E a proposta deste Vereador, Ver. Airto Ferronato, que se junta com a de V.
Exª, que realmente os royalties do pré-sal, de que realmente os recursos
que venham do pré-sal possam ser em parte destinados para que, efetivamente, se
financie o SUS. Porque senão nós vamos ter grande dificuldade de financiamento
do SUS, nós vamos ficar com o tapa-buraco, com uma CPMF daqui, com o imposto
que só muda de nome ali, e efetivamente, nós não vamos ter financiamento para o
SUS.
Por
último, eu gostaria de dizer que este Vereador, Ver. Oliboni, como V. Exª
colocou, tem muita preocupação com a remuneração dos médicos, nessa situação. E
isso consta no relatório que eu fiz com relação a este Projeto, pois eu acho,
sim, que temos que aprovar os 100 cargos de médico, e a partir daí iniciarmos
uma profunda discussão do Plano de Carreira e Salários para médicos, que,
realmente, está muito aquém do mercado. Com relação às outras profissões, o
salário médio pago pela Prefeitura, com o acréscimo de RDE ou RTI, está
em situação de mercado; agora, o salário médico, efetivamente, está muito aquém
do mercado. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Apregoamos
a Emenda nº 02 ao PLE nº 026/09, que acrescenta o parágrafo 1º ao art. 1º do
Projeto de Lei nº 026/09, com a redação que segue (Lê.): “Parágrafo 1º - dos
cargos criados através da presente Lei, dois serão destinados para a Unidade
Básica de Saúde Ramos, três para a Unidade Básica de Saúde Santa Rosa, cinco
para o Pronto Atendimento Lomba do Pinheiro, dois para a Unidade Básica de
Saúde Panorama, dois para a Unidade Básica de Saúde Mapa, dois para a Unidade
Básica de Saúde Santo Alfredo, dois para a Unidade Básica de Saúde Vila Ceres,
dois para a Unidade Básica de Saúde Campo da Tuca, dois para a Unidade Básica
de Saúde São Miguel, dois para a Unidade Básica de Saúde Vila Vargas. “
Apregoamos
o Requerimento de autoria da Verª Maria Celeste, solicitando votação em
destaque à Emenda nº 02 ao PLE nº 026/09.
O
Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para discutir o PLE nº 026/09.
(O
Ver. Sebastião Melo reassume a presidência dos trabalhos.)
O
SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Muito
obrigado, Ver. Toni Proença. Cumprimento o Presidente Sebastião Melo, colegas
Vereadores e Vereadoras, senhoras e senhores. Hoje, na discussão deste Projeto
da contratação dos médicos, a nossa Bancada já colocou nossa posição: somos
favoráveis. Mas podemos dizer que este é um Projeto tapa-buraco da Saúde, e,
nesse sentido, nos aliamos aqui à manifestação que faz o Ver. João Antonio Dib
com sua tarja preta - que eu gostaria até que fosse mostrada pela TVCâmara -,
que é uma postura crítica pelo não cumprimento da Lei Orgânica no que diz
respeito ao pagamento dos salários, conforme a Lei determina, aos funcionários
públicos municipais. Aqui nesta Casa, nesta tribuna, meu querido Ver. DJ
Cássia, o Secretário Municipal da Saúde assumiu o compromisso público e assinou
no Ministério Público Estadual o Termo de Ajustamento de Conduta que até o dia
30 de março de 2008 estaria o Projeto nesta Casa, com todas as decisões do
Executivo Municipal, para fazer concurso público para contratar médicos,
enfermeiros, assistentes sociais, agentes de saúde, as equipes completas para
atender à política da saúde da família. Ver. Dr. Raul, o senhor que é da base
do Governo, do PMDB, que assinou conjuntamente como testemunha desse
compromisso, o Projeto está aqui na Casa, e o Governo não dá acordo para votar.
Por que não votarmos um projeto que busque uma política integral para a Saúde e
não uma política de remendo para a Saúde? Então, essa é a primeira questão.
Segunda
questão, Ver. Dr. Thiago Duarte, Ver. Dr. Raul e prezado Barcelos, que também é
médico e está aqui, nós temos um problema na efetiva assiduidade dos médicos
para cumprirem carga horária nos diversos Postos de Saúde da Família, nos
pronto-atendimentos, nos hospitais e no Pronto Socorro. Portanto, Ver. Dr.
Thiago Duarte, se não for enfrentado esse tema aqui, o problema vai continuar.
No momento em que o Governo oferece para um salário básico para 40 horas de
trabalho médico de R$ 1.349,40 – 40 horas –, eu quero saber qual é o médico que
vai fazer 40 horas por esse salário e em que localidade. Portanto, Ver.
Brasinha, nós temos que ter a dignidade de dizer isto: os médicos não cumprirão
as 40 horas com esse salário proposto, e as comunidades ficarão novamente
desassistidas. Ver. Nilo Santos, o senhor que é Líder do PTB, eu chamo V. Exª
para nós discutirmos esse problema frente a frente. Porque, se nós não
enfrentarmos isso, os médicos que serão contratados por esses salários não
cumprirão as 40 horas, e a comunidade ficará a descoberto.
O
Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador, esse salário não
é para 40 horas, é para 30 horas. Esse é o salário dos técnico-científicos para
30 horas, para 40 horas tem mais 50%.
O
SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Está
bem, que sejam 30 horas, mas aqui determina a RETTI, ou de turno integral. Para
fazer 30 horas, Ver. João Antonio Dib, poderão fazer quatro horas pela manhã e
terão que fazer mais duas horas à tarde. Qual é o médico que vai queimar um
turno, a tarde, para fazer duas horas no PSF lá do Lami ou lá do Rubem Berta?
Não é uma crítica efetiva ao valor, mas é uma realidade, se nós não debatermos
isso, não será resolvido o problema estrutural, mesmo com este Projeto
“tapa-buraco”, para contratar cem médicos.
Eu
concluo dizendo que foi enviado aqui, no Plano Plurianual, nós aprovamos, o
Governo Fogaça diz que termina esta gestão, como disse que terminava a
anterior, com 255 equipes de PSF. Como será feito isso, com essa contratação?
Um grande abraço.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Dr. Raul está com a palavra para discutir o PLE nº 026/09.
O
SR. DR. RAUL: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Vereadores, Vereadoras, todos que nos
assistem, eu creio que este seja um momento importante em relação à Saúde da
nossa Cidade, porque nós estamos, na realidade, aprovando este Projeto,
qualificando uma área crítica, que vem cada vez se tornando mais crítica pela
falta de reposição, até porque o Governo não consegue repor aqueles
profissionais que vão se aposentando do antigo INAMPS, da própria Secretaria da
Saúde, porque o SUS não instrumentalizou suficientemente os governos municipais
para isso. Então, a criação desses cem cargos é extremamente relevante. Apesar
de eu não achar que seja um “tapa-buraco”, mas eu comparo o nosso sistema de
Saúde, por exemplo, assim como um paciente asmático em crise, que, se não se
der o broncodilatador, ele pode morrer ou pode não se sentir bem por muito
tempo, o nosso sistema de Saúde precisa de um broncodilatador constantemente;
ou seja, nesse caso são esses médicos que estão entrando com essa função de
adequar, de melhorar a crise, porque nós estamos num sistema de Saúde em crise
permanente. E essa crise não se deve ao Município, não se deve ao Estado, não
se deve à Federação, se deve a todos. Há uma falta de priorização coletiva,
muito especialmente federal. Por quê? Porque nós não temos recursos suficientes
para fazer isso.
Hoje
pela manhã, ainda ouvi do Deputado Henrique Fontana, no Hospital Cristo
Redentor, que os recursos que viriam para o Pré-Sal viriam para um fundo social
- isso é uma ideia que está transitando – e que a Saúde não estaria incluída
neste fundo social. E ele seria uma das pessoas que estariam lutando pela
inclusão da Saúde. Isso já tinha que estar incluído lá! Isso aí não é coisa
para se ficar pensando em incluir! Vamos considerar que a Saúde neste País,
assim como a Educação, é fundamental. Temos que partir daí para construir o
resto. E os médicos, em especial, da rede pública – e eu me incluo entre eles -
vêm sendo, ao longo do tempo, sucateados por não terem os seus salários adequados.
E a situação acaba ficando ruim para toda a população, pois é quem precisa do
serviço. O médico não pode encarar o serviço público como se fosse um “bico”.
Ele tem que ter, realmente, o compromisso público de estar ali, naquele
horário, atendendo à comunidade e sendo bem remunerado. É isso que tem que
acontecer para que tenhamos um serviço de Saúde efetivo, abrangente e
resolutivo. Enquanto não se derem conta disso, nós vamos ficar na base do
“cobertor curto”. Temos que aumentar esse cobertor. Esses cem médicos, com
certeza, vão ajudar nesse sentido. Não há posto de saúde nesta Cidade que não
necessite ter mais algum médico. Não existe HPS que não precise de médicos. Nós
sabemos que o HPS precisa de uma infinidade de médicos. O Hospital Presidente
Vargas precisa, o Centro de Planejamento Familiar precisa. E de onde vai sair
esse recurso para contratar não só médicos, mas, eu diria assim, em torno de
mil cargos que teriam que ser necessariamente repostos nas várias áreas da
Saúde, inclusive médicos?
Na
realidade, nós precisamos de investimentos mais pesados na Saúde. O Município
hoje, que deveria, pela Lei Orgânica, investir no mínimo 15%, já investe em
torno de 20%. Ou seja, está além.
O
Sr. DJ Cassiá: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Dr. Raul, quero lhe dar os
parabéns. Estou atento e prestando atenção no seu conhecimento. Saúde, deu bem
para eu entender, não pode ter bandeira política. E o senhor, no seu
pronunciamento, não passa a culpa nem para A, nem para B, nem para C. Escutando
o senhor, eu lembrei de uma frase: Dr. Raul, a Saúde tem pressa, a Saúde não
pode esperar; a casa é prioridade, o estômago é prioridade, mas a Saúde tem
pressa! E eu quero dizer para o senhor, Dr. Raul, que, infelizmente, a pena de
morte existe no nosso País; a pena de morte, infelizmente, está na Saúde
Pública, Dr. Raul. Quero lhe dar os parabéns pelo seu pronunciamento, pelo seu
conhecimento. Muito obrigado.
O
SR. DR. RAUL: Eu é que
agradeço pelo aparte. É bem assim, nós temos que ter a inclusão social
necessária, e ela passa por um sistema público de Saúde realmente resolutivo.
Eu acredito que nós, hoje, estejamos aqui contribuindo um pouco para isso,
aprovando, de maneira unânime, este Projeto, que vai qualificar, pelo menos um
pouco mais, o sistema público de Saúde de Porto Alegre. Saúde para todos!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o PLE nº 026/09.
Convido
o Ver. Nelcir Tessaro para reassumir os trabalhos. Eu e o Ver. Valter vamos
atender uma questão na Presidência e voltamos em seguida.
(O
Ver. Nelcir Tessaro reassume a presidência dos trabalhos.)
O
SR. ADELI SELL: Ver.
Melo, colegas Vereadores e Vereadoras, faltam médicos - essa é a palavra de
ordem, é unanimidade na Casa. Eu pergunto, Ver. Dr. Thiago, Ver. Dr. Raul, a
Vossas Excelências que, além de serem nossos colegas, são médicos, casualmente
os dois trabalham na ponta, na periferia: cabe a nós, Vereadores, fatiarmos
esses cem cargos? Eu sei que faltam médicos no materno-infantil, eu sei que ali
faltam médicos para fazer um trabalho na área da paternidade responsável, dos
cuidados e da educação para a sexualidade, o que deve ser feito por médicos,
por enfermeiras, por professores, portanto, nós temos que ter médicos
perambulando pelos quatro cantos da Cidade, ajudando inclusive uma outra
Secretaria, na base da transversalidade, que este Governo tanto gosta falar,
mas tem que praticar.
Então,
eu pergunto, cabe manter a Emenda, Ver. Dr. Thiago Duarte, que V. Exª e o Ver.
Dr. Raul apresentaram? Porque nós também queremos médicos na Vila Farrapos,
Navegantes, Humaitá. Eu quero dentista, e não só médicos para a Vila
Alexandrina. Quero médicos na Lomba do Pinheiro, no Rincão, na Gleba, no Campo
Novo.
Gente,
nós vamos decidir pelo Secretário, Dr. Eliseu? É a nossa função? Ou a nossa
função é fiscalizar, saber se há médicos, se eles trabalham no horário em que
assinaram os compromissos, ou não? Questão de recursos. Ora bolas, vamos
discutir os recursos.
Se
tivéssemos uma política de combate real, concreta, palpável à sonegação,
haveria dinheiro, Ver. João Dib. Mas não há nenhuma medida, eu insisto aqui, a
Secretaria da Fazenda – não dos funcionários, mas dos gestores - não está
fazendo o dever da casa, Ver. Bernardino Vendruscolo! Não estão, se estivessem
não haveria a sonegação que existe. E, não havendo sonegação, Ver. Lúcio
Barcelos, nós teríamos dinheiro para pagar mais e melhor os médicos e também
enfermeiros, mas também profissionais da área da assistência social; psicopedagogos,
que nós também estamos embrulhando, porque não é uma profissão reconhecida,
então fica essa área nebulosa, e nós poderíamos tê-los nas escolas, nas
atividades do PSF, etc. Mas não temos.
Portanto,
eu quero aqui apelar para que façamos um acordo, Ver. Valter Nagelstein, Ver.
Mario Manfro, que são os representantes do Governo aqui, que lideram o Governo,
para que aprovemos o número mínimo de médicos, para que o Secretário nos
aponte, numa planilha - e é tão fácil fazer isso, minha Líder Verª Maria
Celeste, é tão simples fazer -, a marcação de onde estão os médicos! O que
estão fazendo nesses locais? Porque não colocar o horário de atendimento do
médico de forma visível no posto de saúde, dizendo que o médico A, B, C ou D
começa pela manhã, às 7 horas da manhã, e tem que trabalhar até as 11 horas; ou
que entra às 8 horas e tem que trabalhar até o meio-dia, e assim
sucessivamente? Por que nós não fazemos isso?
Ah,
imprensa de Porto Alegre! Nós temos o nosso Portal Transparência. Seria bom se
a imprensa de Porto Alegre, tão zelosa quando quer ser zelosa, fizesse o mesmo
com os postos de saúde. Eu sei que isso vai me custar mais uns dias de freezer e geladeira em alguns jornais, só que eu estou preocupado é com o
povo, mas, para certos órgãos de imprensa eu “estou me lixando”, porque eu
prefiro ficar com o povo a ficar bajulando uma imprensa que só discute o que
essa imprensa quer discutir, só para vender jornal! (Palmas.)
O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado pelo aparte. V. Exª, com
certeza, leu o editorial do jornal Zero Hora de ontem. Fazia muitos anos que eu
não lia algo com tamanha profundidade e com tamanha responsabilidade. Fiquei
muito feliz em ouvir a opinião. Foge-me o nome do jornalista, mas parabéns a
esse jornalista que se posicionou da forma como se posicionou no editorial de
domingo em Zero Hora. Obrigado.
O SR. ADELI SELL: Assino e leio cinco jornais de
Porto Alegre, o que não significa que me submeta a eles. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Apregoamos
Requerimento de autoria do Ver. Dr. Thiago e da Verª Maria Celeste, solicitando
a retirada de tramitação das Emendas nº 01 e 02 ao PLE nº 026/09.
O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
discutir o PLE nº 026/09.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente dos trabalhos, Ver. Nelcir Tessaro; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
meus senhores e minhas senhoras, frases que ouvi: “A saúde tem pressa”.
Concordo. “Faltam médicos.” Concordo. “Nós não podemos fatiar as vagas dos
médicos solicitados por S. Exª, o Sr. Prefeito Municipal.” Também concordo. Até
porque, no início desta Sessão, usei uma tarja preta para dizer que estava de
luto, porque, quando me perguntou o Diretor Legislativo por que eu estava de
luto, eu respondi que a Lei Orgânica é que tinha falecido.
Eu
acho que precisamos aprovar os cem médicos. Nós não podemos distribuí-los. Aqui
eu vejo, em duas Emendas, a distribuição de 29, dos cem médicos. O Executivo
sabe melhor do que nós, e aqui eu daria razão para o Prefeito, se quisesse usar
a Lei Orgânica. Não cabe a nós, Vereadores, dizermos onde é que vão ser
colocados os médicos; o que podemos fazer são Pedidos de Providências para que
sejam colocados médicos nesses locais, mas não podemos dizer onde eles serão
colocados, porque o Executivo sabe e, de repente, pode deslocar este ou aquele
médico para o atendimento da mais grave urgência, importância.
Então,
acho que nos cabe apenas, como Vereadores, lastimar que o Prefeito não tenha
pedido para virem 200 vagas de médico. Ele, evidentemente, não teria
necessidade de preencher as 200 vagas, mas cem eu acredito que ele esteja
necessitando. E se precisasse mais, e vai precisar, o Projeto já estaria
aprovado para 200 vagas, sem nenhum problema. Eu não faço a emenda porque não
seria compatível com a Lei Orgânica, mas essa seria a realidade.
Acho
interessante uma coisa colocada aqui pelo Ver. Comassetto, quando disse que
talvez resolvesse se os médicos tivessem um horário de 20 horas semanais, que é
uma das propostas do Sindicato Médico, e que acho que pode ser realizada. Eles
não fariam mais do que as 20 horas, e aí poderíamos fiscalizar, com rigor, o
que o Ver. Adeli Sell deseja. Acho correta a posição do Ver. Adeli Sell.
Portanto,
espero que aprovemos o Projeto sem mais discussões, sem emendas, sem reparos,
porque a Cidade precisa de médicos, “a Saúde tem pressa”, “faltam médicos” e
“nós não podemos fatiar as vagas do Projeto do Executivo” - com relação a isso,
os Vereadores inteligentes assim se pronunciaram. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Devolvo
a presidência dos trabalhos ao Ver. Adeli Sell.
(O
Ver. Adeli Sell reassume a presidência dos trabalhos.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Em
votação nominal, solicitada pelo Ver. Pedro Ruas, o PLE nº 026/09. (Pausa.) (Após a apuração
nominal.) APROVADO por 27 votos SIM.
O SR. NELCIR
TESSARO (Requerimento): Sr. Presidente, eu
solicito inversão da ordem de votação do PLL nº 041/09 com o PR nº 015/09.
O SR.
PRESIDENTE (Adeli Sell): Em votação nominal,
solicitada pela Verª Maria Celeste, o Requerimento de autoria do Ver. Nelcir
Tessaro, solicitando a inversão da ordem de votação do PLL nº 041/09 com o PR
nº 015/09. (Pausa.) (Após a
apuração nominal.) REJEITADO por 12 votos SIM, 14 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.
O
SR. PEDRO RUAS: Eu me
inscrevi para esta Questão de Ordem antes do resultado, Excelência, para dizer
o seguinte: eu não tenho nada contra o Projeto do Ver. Tessaro, mas nós temos
que ter, em relações às reuniões de quartas-feiras, o respeito que essas
reuniões merecem.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. Nº 2244/09 - PROJETO
DE RESOLUÇÃO Nº 015/09, de autoria do Ver. Airto Ferronato, que cria, na
Câmara Municipal de Porto Alegre, o Comitê em Defesa das Jazidas de Petróleo da
Camada Pré-Sal como Patrimônio da Federação Brasileira e dá outras
providências.
(Urgência)
Parecer Conjunto:
- da CCJ, CEFOR, CUTHAB e COSMAM. Relatora-Geral Verª Maria Celeste: pela aprovação do Projeto.
A
natureza nos brinda com uma dádiva, que é o pré-sal, petróleo, 90 bilhões de
barris, é uma avaliação criteriosa, conservadora, dizem os técnicos da
Petrobras; 90 bilhões de barris! Isso vai gerar de três a cinco trilhões –
trilhões! - de dólares! E a lei brasileira diz que os recursos do petróleo são
distribuídos aos Estados e Municípios que são titulares, onde estão as bacias,
as reservas do petróleo. Quero falar carinhosamente ao Ver. João Dib, pois sei
que ele votou contra o Projeto. Três a cinco trilhões de dólares! Isso é
assunto, Ver. João Dib, que deve ser discutido também pelas Câmaras de
Vereadores deste País. Nós precisamos nos unir e mudar a lei brasileira para
fazer com que recursos dessa magnitude venham aos Municípios também! E eu acho
que aí nós temos de prestar atenção: existem, Srs. Vereadores, duas fontes de
recursos, Ver. Lucio Barcelos. A primeira é essa decorrente do Fundo do
Petróleo, que está sendo discutida pelo Congresso Nacional, o Fundo Nacional de
Petróleo. Isso seria pago pelas empresas que vão explorar o petróleo. Agora,
existe outra fonte de recurso bastante grande que é o royalty. Essa é a
segunda fonte de recursos. A primeira é o Fundo, para Brasília distribuir para
o País, e a outra é o royalty. Se nós, brasileiros dos Municípios,
buscarmos esses recursos, não precisamos estar eternamente de “chapéu na mão”,
os Prefeitos, lá em Brasília buscando recursos. Portanto, esta é uma questão
bastante significativa que este País tem, e fomos nós, aqui na Câmara Municipal
de Porto Alegre, os primeiros que falamos disso. A pretensão que se tem é no
sentido de que este País todo, através dos seus Vereadores, lute para que esses
recursos sejam da Nação brasileira! A Assembléia Legislativa também criou lá o
Comitê Estadual em Defesa do Pré-Sal como patrimônio da Nação brasileira. Acho
que é positivo este nosso debate, e a ideia é no sentido de que todos os
Vereadores e toda a sociedade brasileira possam participar desse Comitê.
Aprovado o Projeto, convidarei todos os Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras,
nobre Pares da Câmara Municipal de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para discutir o PR nº 015/09.
O
SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr.
Presidente dos trabalhos, Ver. Adeli Sell; colegas Vereadores e Vereadoras,
senhoras e senhores, a respeito da discussão que propõe, aqui, o colega Airto
Ferronato, criando, aqui na Câmara Municipal, um Comitê em Defesa das Jazidas
de Petróleo do Pré-Sal, nós podemos fazer uma reflexão histórica, aqui, prezado
colega Flecha. Getúlio Vargas, quando levantou a bandeira do “O petróleo é
nosso”, teve uma visão estratégica do papel do País, da Nação, perante a
energia que comanda o mundo hoje, que é o petróleo. E, nesses 50 anos da
Petrobras, ela se tornou a empresa que desenvolve as maiores e melhores
tecnologias em águas profundas; exporta essa tecnologia para a Noruega, no Mar
do Norte, para a Finlândia. No oceano Báltico está lá a Petrobras desenvolvendo
e prospectando petróleo em águas profundas. Graças ao trabalho feito da
Petrobras, principalmente nas duas últimas décadas, a área foi mapeada, e
conseguimos, através dos seus estudos, identificar essa enorme jazida de
petróleo que está no fundo do mar, assim como ela já conseguiu registrar outras
jazidas que estão em toda a bacia Amazônica. E, como disse, aqui, o Ver. Airto
Ferronato, isso representa algo, hoje, em torno de muitos trilhões de dólares.
E agora está em discussão no Congresso Nacional justamente a votação e a
aprovação do marco legal que define o papel da Nação perante essa riqueza.
Existem muitos políticos tecnocratas que querem entregar essa riqueza para as
mãos das grandes empresas transacionais. E o que diz o marco regulatório com
essa visão nacionalista, Ver. Mauro Zacher, mas com uma visão de fazer com que
a riqueza brasileira fique no País e seja reinvestida em toda a sociedade? Bom,
aí vem o segundo passo: fazer com que o royalty não fique somente
naqueles três Estados - Espírito Santo, São Paulo e Rio de Janeiro -, mas que
ele seja distribuído igualitariamente para todos os Municípios brasileiros. E,
dentro dos Municípios brasileiros, já há uma diretriz que direciona esses recursos
para o desenvolvimento da tecnologia e para a Educação. Bem, nós vamos abrir
mão dessa riqueza em nome do desenvolvimento nacional, em nome da qualidade
tecnológica, pois outras linhas de pesquisa poderão alcançar a mesma excelência
que hoje já tem a Petrobras, que já tem a Embraer, que já tem a indústria
metal-mecânica, com relação a tecnologias, em nosso País. Não, não podemos
abrir mão disso.
Portanto,
o que Ver. Airto Ferronato propõe aqui é para que nós possamos criar, aqui na
Câmara Municipal, uma sinergia de sociedade para que todos os Municípios se
envolvam e discutam, e que venhamos a defender esses princípios que são
princípios constitucionais. Lá na Constituição é dito: “As riquezas brasileiras
são prioritariamente da Nação brasileira.” Portanto, o controle dessa gestão
tem que ficar com a União, tem que ficar com o Estado brasileiro. Essa é uma
política de Estado, não é uma política de governo. Assim como fez Getúlio
Vargas, lá, com o projeto “O Petróleo é Nosso”, e muitos dos senhores e das
senhoras se movimentaram naquela época, fazendo com que a Petrobras seja essa
potência internacional. Portanto, o petróleo do pré-sal é nosso! Por isso nós,
aqui, temos de defendê-lo também em nossa esfera política e também em nossa
comuna de Porto Alegre. Um grande abraço.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Em
votação o PR nº 015/09. (Pausa.) O Ver. João Antonio Dib está com a palavra
para encaminhar a votação do PR nº 015/09.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, eu faria uma pergunta: neste momento, o que é mais importante para
a cidade de Porto Alegre: o Plano Diretor ou o pré-sal?
Nós
sabemos - todos somos bem informados - que no mês de novembro - está aí
praticamente às portas o mês de novembro - o Congresso Nacional terá definido o
marco regulatório e terá definido todas as questões do pré-sal. Inclusive, vejo
aqui, na proposição do Ver. Ferronato, o monopólio da Petrobras. Não interessa
ao Governo o monopólio da Petrobras, nem interessa ao povo brasileiro o monopólio
da Petrobras. Estão tentando criar a Petrosal, uma empresa eminentemente
nacional, que não é o caso da Petrobras, que é multinacional, tem muitos
investidores estrangeiros.
Portanto,
eu acho que nós devemos cuidar do Plano Diretor, para depois não dizerem que
nós adiamos o Plano Diretor, que nós cancelamos Sessões do Plano Diretor. Nós
precisamos votar o Plano Diretor!
No
mês que vem tem o Orçamento para ser votado. Eu acho que nós estamos fazendo é
muita confusão! Eu sou contrário ao Comitê de Defesa das Jazidas de Petróleo
pelas Câmaras Municipais.
Ontem
mesmo, o Presidente da Petrobras disse que o Rio Grande do Sul está incluído no
pré-sal. Portanto, essa parte nos deixa mais tranquilos. Nós vamos receber. Mas
se é que vai gerar esse dinheiro, esses tais trilhões de dólares, se acontecer
tudo isso, é importante que seja usado na Educação, especialmente. Parece que o
Senador Cristovam Buarque tem um Projeto nesse sentido.
Portanto,
voto contrariamente e proponho que os meus colegas votem contrariamente ao
Projeto do eminente e querido Ver. Airto Ferronato. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para encaminhar a votação do PR nº
015/09.
O
SR. ALCEU BRASINHA: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell; Srs. Vereadores
e Sras Vereadoras, eu quero dizer que fico na linha do Ver. Dib,
porque há coisas mais importantes para defendermos, como o Plano Diretor. E
mais ainda, Ver. Dib, eu não consigo defender o pré-sal; eu não consigo
concordar com as ideias do querido Ver. Ferronato. Defender esses grandões, eu
não defendo! A Petrobras eu não defendo, não tenho orgulho nenhum de Petrobrás;
grande orgulho eu teria se eles baixassem o preço do combustível, baixassem o
preço da gasolina, baixassem o preço do gás, enfim, do petróleo. E agora eles
vêm com mais essa do pré-sal dizendo que vão salvar o Brasil. Eu não acredito,
Ver. Dib, porque até chegar o pré-sal, a tecnologia avançou muito mais e, quem
sabe, nem petróleo vão estar usando mais.
Eu
quero dizer aos senhores que gosto de defender os pequenos, e com muita garra,
defender aquele pequeno lá da esquina, do bairro, da vila, mas não vejo com
bons olhos o pré-sal, Vereadores Nilo Santos e DJ Cassiá, não tenho por que
defender o pré-sal. Quem nos garante que esse patrimônio vai ficar no Brasil?
Quem nos dá essa garantia, Ver. Tarciso? Eu não acredito, estou na linha do
Ver. Dib e voto “não”.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Ver. Ervino Besson está com a palavra para encaminhar a votação do PR nº
015/09.
O
SR. ERVINO BESSON: Caro
Presidente, Ver. Adeli; colegas Vereadores e Vereadoras, pessoas que nos ouvem
pela Rádio Web e pelo Canal 16, quero saudar a todos.
Com muito respeito aos nossos queridos Vereadores
João Antonio Dib e Brasinha, eu quero dizer que temos uma riqueza enorme.
Getúlio, um homem histórico neste País pela sua trajetória política e que
sempre esteve ao lado das pessoas mais necessitadas, disse: “O petróleo é
nosso”.
O
pré-sal é uma riqueza, e temos que preservar esse patrimônio que é nosso. Não
podemos permitir que empresas multinacionais se juntem e venham tirar a riqueza
que temos no nosso País. Nós temos que ter cuidado com a Petrobras, é claro, a
nossa querida Petrobras, mas nós sabemos que há muitos interesses por essa
riqueza que nós temos, meus caros colegas Vereadores.
Portanto,
com muito respeito aos Vereadores que são contrários, quero dizer que eu sou
totalmente favorável. Estou falando em nome da minha Bancada, do PDT, que me
deu permissão para que eu encaminhasse favoravelmente a este Projeto do Ver.
Airto Ferronato. Nós temos que tomar cuidado para que não venha a acontecer,
meus caros colegas Vereadores, o que aconteceu, o que está acontecendo com essa
riqueza que é a Floresta Amazônica. É o pulmão do mundo, a Floresta Amazônica!
E a riqueza que está sendo retirada da Floresta Amazônica, meus caros
Vereadores. Vou citar o caso do manganês. São empresas multinacionais que estão
explorando até os índios e outros interesses; estão levando essa riqueza para
fora do País. Fica aqui um alerta: que não aconteça o mesmo com o pré-sal.
Eu
acho que essa riqueza tem que ser dividida entre todos os municípios
igualitariamente, criando um fundo social, Ver. Brasinha. V. Exª também defende
isso: nós temos que criar um fundo social para dar condição e amparo à nossa
população mais pobre, mais carente, que mais necessita e que V. Exª defende
tanto. Então, que seja criado um fundo para que esse dinheiro seja aplicado
igualitariamente em todos os municípios. O Ver. Tarciso me faz sinal positivo
com a cabeça. Eu acho que é isso que nós temos que defender.
O
Ver. Airto Ferronato é um homem que veio do nosso Interior, lá de Relvado - eu
conheço a família; ele conhece também o sofrimento das pessoas, da nossa colônia,
da nossa produção primária. Eu acho que o Ver. Airto Ferronato entrou com este
Projeto oportunamente. Eu acho que é um Projeto oportuno, a Câmara Municipal de
Porto Alegre é a Câmara da Capital do Estado do Rio Grande do Sul e desejo que
isso sirva, Ver. Airto Ferronato, de exemplo para as outras Câmaras do nosso
Rio Grande do Sul. Eu espero que este seu Projeto seja um projeto-piloto, que
sirva como exemplo para que possamos, todo o Rio Grande e outros Estados, aqui
no nosso Brasil, cuidar do que é nosso, dessa riqueza que é nossa.
Portanto,
Ferronato, quero parabenizar V. Exª por essa brilhante ideia. Meu caro
Presidente, no momento temos o Plano Diretor, Ver. João Antonio Dib, sabemos
disso, um dos maiores Projetos para a nossa querida Porto Alegre, mas também
este Projeto eu vejo como de extrema importância. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Solicito
a abertura do painel eletrônico para que se proceda à verificação de quórum, a
pedido do Ver. Airto Ferronato. (Pausa.)
Funciona
da seguinte maneira: se não tiver dezenove Vereadores presentes, nós não
poderemos votar, mas se houver a presença de doze Vereadores, nós passamos,
imediatamente, às Comunicações. (Após o fechamento do painel.) Temos treze
Vereadores presentes, está encerrada a Ordem do Dia.
Passamos
às
O Ver. Carlos Todeschini
está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) O Ver. DJ Cassiá está com a
palavra em Comunicações.
O
SR. DJ CASSIÁ: Sr.
Presidente, Sras e Srs. Vereadores, demais presentes na
Casa; agora, eu estava comentando com a minha Bancada, até porque esses dias o
Ver. Todeschini, que não está presente neste plenário, me deixou bastante
preocupado em relação à Petrobras, de que ela é bem mais do estrangeiro – bem
mais! -, do que nosso patrimônio, brasileiro. É claro que eu sei disso; é claro
que todos nós, brasileiros, sabemos disso. E hoje se discute, na mídia, em
geral, a questão do pré-sal. É pré-sal, pré-sal, pré-sal.
Ora,
eu afirmo aos senhores e às senhoras que estão me assistindo, neste momento, o
sal fica para a maioria, para o trabalhador; e o filé? O filé vai para uma
minoria. Agora, com tranquilidade eu ficaria, e talvez a sociedade também, se
tivesse, Ver. Tarciso, alguém que dissesse que no pré-sal há uma verba de tanto
destinada ao esporte, à educação, à cultura e à saúde, e eu não vejo ninguém
falar disso. Ou melhor, eu pergunto ao senhor e à senhora que me escutam, neste
momento: o senhor quer ver uma promessa de tanto isso, tanto naquilo – como diz
o Vereador Brasinha -, vai baixar? O combustível vai baixar? Se combustível
baixar, aí eu acredito. Porque se os impostos baixam, o trabalhador vai
conseguir gastar mais, consumir mais.
O
Sr. Airto Ferronato: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Respeitando a posição de V.
Exª, neste País, nós, os Vereadores, precisamos ingressar na discussão das
grandes causas da Nação brasileira, porque, se não fizermos isso, a posição de
V. Exª se confirma. Nós temos que lutar pela riqueza da Nação brasileira, isso
precisa partir do cidadão, e o cidadão mora nas cidades e muito especialmente
nas periferias das cidades. Por isso, esta discussão merece uma atenção toda
especial. Obrigado e um abraço.
O
SR. DJ CASSIÁ: Ver.
Ferronato, oportuna a sua intervenção, e quero lhe dizer mais: a transformação
do País não está por Brasília, não está pelo Rio de Janeiro, não está por São
Paulo; a transformação está pelas nossas cidades, pelos nossos bairros. E aí
temos que ter certeza daquilo que nós estamos, realmente, defendendo.
O
Sr. Alceu Brasinha: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. DJ Cássia, muito belo o
seu discurso. Realmente eu estou mais preocupado com o Campo da Tuca, com a
vila. E o pré-sal, esse aí, sabe o que pode sobrar para o Brasil? Quem sabe só
sobre o sal.
O
SR. DJ CASSIÁ: Obrigado,
Ver. Brasinha. Então a minha preocupação, Ver. Mauro, é saber realmente...
(Aparte
antirregimental do Ver. Mauro Zacher.)
O
SR. DJ CASSIÁ: Eu não
posso lhe tirar dessa, Vereador, porque o senhor foi eleito para defender os
interesses desta Cidade, e eu sei que o senhor defende, sei que é um Vereador
empenhado nos interesses da Cidade. Mas o que nós temos que discutir, Ver.
Mauro Zacher, é o que vai sobrar para a nossa Cidade, o que realmente a Vila
Cruzeiro, a Restinga, a Zona Norte vão ter de benefício desse famoso
pré-sal! Será que é só o sal para nós e o filé para os outros? É só isso que eu
quero saber, nada mais.
Eu
vou concluir, meu Presidente, desejando aqui um feliz aniversário ao meu grande
irmão e meu grande colega Ver. Toni Proença – muitas felicidades, muita saúde e
muita paz. Obrigado, Vereador.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Ver. Dr. Raul está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) O Ver. Dr. Thiago
Duarte está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) O Ver. Elias Vidal está com
a palavra em Comunicações. (Pausa.) O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra em
Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Marcello Chiodo.
O
SR. ALCEU BRASINHA: Sr.
Presidente, não vou falar do Grêmio, Ver. Mauro Pinheiro, porque tem um outro
assunto em que estou mais interessado, mas confesso que este gremista aqui
jamais vai deixar de falar no Grêmio.
Fiquei
mais preocupado, Ver. Nilo Santos, porque eu falei com o Ver. Airto Ferronato
agora e ele disse que, se nós não nos unirmos, podemos perder até o sal! Ele
acabou de me falar. Não é, Vereador? Então imaginem um Vereador que apresenta o
Projeto, que está preocupado que talvez nem o sal fique! Eu achava que o sal ia
sobrar para nós, mesmo assim não sei.
Eu
venho aqui defender coisas que eu acho interessantes para a Cidade e muito
problemáticas para os pequenos, porque, Ver. Nilo Santos, o senhor tem um
Projeto que acaba com as filas nos supermercados, mas eu estou muito preocupado
com aquele cidadão que tem aquela pequena empresa, que sofre, que tem a
padaria, tem a farmácia, tem a sua oficina mecânica, tem a ferragem, enfim, lá
no bairro. E eu fico muito preocupado também com aquele cidadão que tem um
posto de gasolina pequeno, pode ser até da Petrobras, a qual eu não defendo,
mas tem o pequeno empresário que precisa, que está trabalhando com os seus
combustíveis, e digo que eu fico preocupadíssimo, Ver. Mauro Pinheiro, muito
preocupado com a situação desses grandes mercados que vêm – Carrefour e Grupo
Wal-Mart – literalmente quebrando o pequeno. É quase impossível um minimercado,
uma padaria sobreviver no bairro, porque eles vêm com tudo e quebram os
pequenos. Se quisessem, eles davam uma atenção ao pequeno empresário. Quem é
que vai beneficiar os pequenos, Ver. Mauro, quem é que vai fazer alguma coisa
para ajudar? Quantos pequenos já estão quebrados, e vêm os grandes e fazem
quebrar de vez. Se eles tivessem, pelo menos, a energia, a vantagem que o Grupo
Zaffari tem, porque o Zaffari tem autonomia, negocia, bota funcionários, tem
empacotador, e não faz o cliente, o cidadão ser funcionário do supermercado,
como o Carrefour e o Wal-Mart fazem. Então, eu quero dizer, Ver. Mauro
Pinheiro, o senhor é um dos que têm uma pequena empresa e sabe das dificuldades
por que passam, porque, se fosse fácil ser empresário, todos seriam.
O
Sr. Mauro Pinheiro: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Alceu Brasinha, muito
obrigado pelo aparte. Eu estive, na semana passada, representando a Câmara de
Vereadores na Abras, Associação Brasileira de Supermercados, numa conferência
com os supermercadistas do Brasil inteiro. E todos os empresários desse setor
supermercadista saíram de lá muito preocupados com esses grandes
empreendimentos das empresas Wal-Mart e Carrefour, que entram de maneira muito
forte no Brasil. Está todo mundo muito assustado. E aqui nesta Casa nós temos
que fazer alguma coisa. Por isso já encaminhei uma Frente Parlamentar em Defesa
da Micro e Pequena Empresa e quero já lhe convidar, de imediato, para, assim
que sair essa Frente, se somar, para que possamos discutir e achar uma solução
para essas pequenas empresas. Obrigado, Vereador.
O
SR. ALCEU BRASINHA: Com
certeza, Vereador. Eu vejo com muita tranquilidade, Ver. Mauro Pinheiro, pode
contar o meu apoio, desde já estarei junto, defendendo o pequeno empresário.
O
Sr. Nilo Santos: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Brasinha, nós não temos nada
contra as empresas que geram emprego na nossa Cidade, só que alguns
hipermercados estão “nos tirando para bobos”. Uma falsa economia, em que
demitem a gurizada que trabalha na balança, demitem os empacotadores, e o caixa
faz o trabalho de empacotador, faz o trabalho de balança, e o cliente, além de
gerar lucro para aquela empresa, ainda termina tendo que empacotar os seus
produtos. Isso é “nos tirar para bobos”.
E
outra coisa, conforme a Lei Municipal nº 521/05, artigo 1º (Lê.): “As
atividades abaixo relacionadas não poderão ser exercidas em locais que
concentrem grande público, ainda que respeitadas as regras ambientais: I –
abastecimento de veículos automotores com combustíveis líquidos, bem como sua
estocagem; (...) § 1o Para fins desta Lei, consideram-se locais de
grande concentração de público: hospitais, escolas, creches, templos
religiosos, estádios e ginásios esportivos, casas de shows com metragem
total superior a 300 m2 (trezentos metros quadrados), pátios e
estacionamentos de estabelecimentos comerciais ...” Não pode ter posto de
gasolina dentro de pátio de hipermercado!
Então
eu quero aqui, Ver. Alceu Brasinha, juntamente com o senhor, pedir que aquele
posto de combustível, aquela bomba que existe dentro do pátio do Carrefour seja
retirada. Caso haja uma explosão ali, Ver. Alceu Brasinha, vai tudo pelos ares,
cliente e tudo mais. Obrigado.
O
SR. ALCEU BRASINHA: Ver.
Nilo Santos, pode ter certeza absoluta de que este Vereador estará
contribuindo. Mais ainda, eu acho uma verdadeira salada de frutas o que eles
fazem, botando produto automotivo dentro de um supermercado. Isso é uma
verdadeira vergonha, e eu acho que as autoridades têm que proibir o que
acontece dentro de Porto Alegre.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell):
O Ver. Dr. Raul está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. DR. RAUL: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell; Vereadores, Vereadoras, aqueles que nos assistem,
num primeiro momento, eu gostaria de dizer da satisfação que há em algumas
questões também da Saúde Pública, a gente não pode só achar que as coisas estão
indo mal. Eu acho que têm sido feito esforços para que se melhore nessa
matéria, e temos tido exemplos na Cidade. A gente tem acompanhado, como
Vereador, no dia a dia, estamos encaminhando demandas, estamos lutando, estamos
conseguindo algumas coisas, outras não, mas sempre na batalha em prol da
Cidade. E no meu caso, especialmente, na área da Saúde Pública, pois é isso que
faço há 30 anos.
Tivemos
a oportunidade de estar no Hospital Vila Nova, no final da semana passada, e
presenciar à inauguração de um setor importante, uma remodelação para os
pacientes crônicos, que é extremamente importante. Porque aquela região merece
uma qualificação, como todas, mas muito especialmente o Hospital Vila Nova, que
é um hospital que sofre há muitos anos, na questão da Saúde Pública, por ser,
praticamente, 100% SUS e trabalhar de maneira deficitária. Cheguei a ter a
oportunidade de trabalhar no Hospital Vila Nova – lá se vão mais de 30 anos – e
sei o que era esse hospital, sei o que ele é hoje e sei que ele vem procurando
se diferenciar, dentro do sistema de Saúde, para dar um atendimento melhor à
sociedade.
Lá
são atendidas aquelas pessoas que têm as mais fortes mazelas, vamos dizer
assim. Nós temos o atendimento dos portadores do HIV com problemas, dos
presidiários, das pessoas que realmente não têm, muitas vezes, para onde ir,
pessoas de rua que acabam lá no Hospital Vila Nova. E agora, nessa ala, serão
atendidos, digamos assim, com alguma qualidade, pois sabemos que, lá dentro,
muitos locais ainda merecem uma reforma, merecem uma qualificação maior, e
estamos sempre tentando ajudar, tentando nos empenhar para que os próprios
convênios, que muitas vezes demoram a ser repassados para o hospital, os
convênios públicos, sejam eles do Estado, da União, enfim, sofram uma adequação.
Os próprios fornecedores desses hospitais acabam tendo que dar um tempo,
esperar, não botar juros e tal, para conseguir fazer com que a estrutura ande.
E é importante isso.
Hoje
pela manhã, num hospital de maior porte do Grupo Hospitalar Conceição, o Hospital
Cristo Redentor, tivemos a oportunidade de assistir a uma pré-inauguração de um
setor de extrema importância para a sociedade, que foi todo remodelado,
ampliado, qualificado, que é o setor de emergência do Hospital Cristo Redentor
- que é o nosso Pronto Socorro da Zona Norte - e também o setor de UTI.
Isso
vai salvar milhares de vidas. Nós vamos ter mais equipamentos, mais qualidade,
a área duplicou, mais que duplicou, o número de leitos aumentou, a qualidade de
atendimento desses leitos de UTI aumentou, o acesso ficou mais facilitado, e,
com certeza, o próprio Hospital N. Srª da Conceição e os outros
hospitais que trabalham junto – o Cristo Redentor, o Fêmina, o Hospital da
Criança Conceição, enfim – atendem 37% das internações. Nós temos lá uma rede
que congrega mais de sete mil funcionários, ou seja, é um município, é uma
cidade só de funcionários, e essa cidade se move, e se move a favor da Saúde
Pública, dos milhares de atendimentos que lá são realizados.
Então,
nós estamos também num momento de gratificação por podermos compartilhar coisas
boas, como essas que aconteceram no Hospital Vila Nova, que estão acontecendo
no Grupo Hospitalar Conceição, como esses cem cargos de médico que aprovamos
hoje aqui, como a preocupação no sentido de que a Saúde Pública da Cidade
realmente melhore. Todos nós aqui, com certeza, temos uma parte nisso, porque é
através também da pressão do Poder Legislativo - dos contatos que se fazem, dos
encaminhamentos que se dão, da fiscalização - que se consegue que a sociedade
avance. Avance em todas as áreas, muito especialmente na área da Saúde Pública,
uma área tão carente e muitas vezes tão preterida por todos.
Era
isso. Saúde para todos!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. CARLOS TODESCHINI: Presidente,
Ver. Adeli Sell; Vereadores e Vereadoras, eu ia me manifestar antes, em tempo
de Comunicações, mas o nosso Presidente Melo convocou a Comissão de Saúde;
estivemos, há instantes, na Presidência, para tratar do assunto relativo aos
contratos emergenciais e na busca de encontrar fórmulas de atrair profissionais
para a Rede, porque essa é uma grande dificuldade, felizmente, presente agora,
Raul, e “consensuada“ por esta Casa e também pelo Executivo, que não está
conseguindo atrair, especialmente os profissionais médicos, pelo salário
ofertado. Felizmente, depois de muito se tocar nesse assunto, o tema já passou
a ser incorporado como uma preocupação e como uma necessidade de tratamento
especial.
Também
venho aqui para saudar a inauguração das novas instalações do Hospital Vila
Nova, do Hospital Parque Belém – estive lá hoje de manhã. São boas notícias
para a Cidade porque qualifica equipamentos de Saúde que são necessidade, que
são modernizados e poderão atender melhor a nossa população. E o Hospital Vila
Nova, que atende 98% pelo SUS, apenas 2% é convênio, não está recebendo há mais
de um ano e meio do Município de Porto Alegre o repasse de parte importante dos
recursos, pelo menos um milhão de reais. O tratamento que é feito,
principalmente com os portadores de DST/AIDS, teve o seu contrato suspenso e
não foi recontratado. E o serviço continua sendo prestado, porque o Hospital
Vila Nova não nega atendimento a ninguém, o Diretor, Dr. Dirceu Amorim presta
um belo serviço, mas, infelizmente, o Município não tem correspondido. Por isso
nós vamos fazer uma reunião na COSMAM, Ver. Dr. Raul, na semana que vem para
tratarmos desse assunto, porque precisamos ser justos e corresponder à
contrapartida pela prestação de serviços.
Hoje
de manhã,estive representado a Câmara, o nosso Presidente, Ver. Sebastião Melo,
e dos demais Vereadores, na inauguração da nova Urgência/Emergência do Hospital
Cristo Redentor, onde foram investidos, pelo Governo Federal, mais de 11
milhões de reais. Foi qualificada uma área, que antes era de mil metros
quadrados, para esse serviço, passou a ter mais de dois mil metros quadrados. O
número de leitos dobrou, os equipamentos são de uma qualidade extraordinária, o
isolamento, internação, sala com pressão negativa para isolamento de
tuberculosos ou pessoas que têm possibilidade de transmitir patógenos muito
perigosos, de alta intensidade, enfim. Parabéns à comunidade de Porto Alegre
que recebeu esse equipamento, que vai ajudar, sim, no conjunto do sistema, e
muito. Onze milhões de reais investidos pelo Governo Federal.
E,
amanhã, nós teremos aqui na COSMAM, às 9 horas, uma reunião para tratar das
urgências, em especial dos contratos emergenciais do Pronto Atendimento da
Lomba do Pinheiro, do Pronto Atendimento da Vila Cruzeiro do Sul, dos outros
postos de saúde, porque a situação está muito grave, inclusive do HPS. Ver. Dr.
Raul, Ver. Mario Manfro, o Dr. Azambuja me procurou dizendo: “A Câmara tem que
receber todo o HPS na semana que vem. Temos que fazer uma grande parada, porque
a situação está insuportável: perda de médico, falta de condições, corte de
insalubridade – é um conjunto de medidas do Governo que estão levando o HPS a
uma situação complicada demais”. Portanto é uma situação que não pode ser
menosprezada, ela é muito importante para o conjunto da cidade de Porto Alegre.
E,
por último, eu estava aqui, há instantes, no contato telefônico com os
coordenadores da Defesa Civil, e temos uma enchente como talvez não se tenha
tido nos últimos dez ou 20 anos em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. As águas
estão chegando em volume cada vez maior aqui, onde é o ponto crítico; deverão
aumentar ainda mais durante a noite, durante o dia de amanhã, com o agravante
de que, para que a estiagem aconteça, deve haver o vento sul, e isso aumenta o
represamento, às vezes até em mais de metro; portanto, as nossas áreas frágeis,
as nossas áreas vulneráveis, como as ilhas e como as várzeas, estão em situação
muito complexa, e precisamos todos estar alertas para estender a mão para
aqueles que, certamente, vão sofrer mais do que as outras vezes, e precisamos
ter uma ação conjunta entre Executivo, Defesa Civil e também Câmara de
Vereadores, em especial a COSMAM, que é a Comissão que cuida desse tema.
Obrigado pela atenção de todos.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell):
Apregoo representação do Ver. Engenheiro Comassetto na 1ª Conferência Municipal
de Saúde Ambiental hoje, dia 28 de setembro, às 19h30min.
Apregoamos
Requerimento de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que solicita que seja incluído
na Ordem do Dia, por força do art. nº 81 da Lei Orgânica do Município, o PR nº
022/09, que concede a Comanda Porto do Sol ao Dr. Antonio Costa Estima.
Passamos
à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 3296/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 143/09, de autoria do
Ver. Aldacir José Oliboni, que institui o Programa Municipal do “Pé Diabético”.
Com Substitutivo nº 01.
PROC.
Nº 3650/09 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 026/09, de autoria do Ver. Valter
Nagelstein, que concede a Comenda Porto do Sol à artista plástica Dilva
Gonçalves de Lima.
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 2587/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 110/09, de autoria do
Ver. Emerson Correa, que determina dias e horários para o funcionamento dos
estabelecimentos comerciais no Município de Porto Alegre e dá outras
providências
PROC.
Nº 3211/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 140/09, de autoria do
Ver. Dr. Thiago Duarte, que obriga os estabelecimentos que comercializem
veículos automotores zero quilômetro, no âmbito do Município de Porto Alegre, a
fornecerem uma muda de árvore a todo adquirente desse produto e dá outras
providências.
PROC.
Nº 3396/09 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 020/09, de autoria do
Ver. Nelcir Tessaro, que altera o inc. XI e inclui incs. XII e XIII, ambos no
art. 2º da Lei Complementar nº 612, de 19 de fevereiro de 2009 – que cria o
Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social (FMHIS), institui seu Conselho
Gestor, na forma da Lei Federal nº 11.124, de 16 de junho de 2005, revoga a Lei
nº 7.592, de 10 de janeiro de 1995, e dá outras providências -, ampliando o rol
de recursos do FMHIS.
PROC.
Nº 6719/08 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 276/08, de autoria do
Ver. José Ismael Heinen, que denomina Rua Arlindo Nicolau Bertagnolli o
logradouro não cadastrado conhecido como Rua B – Vila Nossa Senhora de Lourdes
–, localizado no Bairro Cascata.
PROC.
Nº 2731/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 115/09, de autoria do
Ver. Valter Nagelstein, que obriga, na Rede Municipal de Ensino, o ensino sobre
o holocausto e dá outras providências.
PROC.
Nº 3262/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 141/09, de autoria do
Ver. Adeli Sell, que denomina Praça Humberto Andreatta o logradouro não
cadastrado conhecido como Praça Jardim São Jorge, localizado no Bairro Vila
Nova.
PROC.
Nº 3542/09 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 022/09, que autoriza o
recebimento em dação em pagamento pela concessão de 43.000m² (quarenta e três
mil metros quadrados) de Índices Construtivos das reservas municipais de Solo
Criado, as áreas de propriedade do Tribunal de Justiça localizadas no
quarteirão formado pelas Ruas Santana, Venâncio Aires, Olavo Bilac e João
Pessoa, nos termos das Leis Complementares nº 315, de 6 de janeiro de 1994, e
nº 434, de 1º de dezembro de 1999.
PROC.
Nº 3717/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 169/09, de autoria do
Ver. Sebastião Melo, que denomina Rua Ipê-Rosa o logradouro não cadastrado
conhecido como Rua A – Av. Edgar Pires de Castro –, localizado no Bairro
Restinga.
PROC.
Nº 3718/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 170/09, de autoria do
Ver. Sebastião Melo, que denomina Rua Ipê-Roxo o logradouro não cadastrado
conhecido como Rua B – Av. Edgar Pires de Castro –, localizado no Bairro
Restinga.
PROC.
Nº 3766/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 177/09, de autoria do
Ver. João Antônio Dib, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto
Alegre ao Senhor Earle Diniz Macarthy Moreira.
PROC.
Nº 3620/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 162/09, de autoria do
Ver. Sebastião Melo, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre
ao Senhor Jorge Wladimir Junqueira Bizzi.
PROC.
Nº 3719/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 171/09, de autoria do Ver.
Sebastião Melo, que denomina Rua Angelim o logradouro não cadastrado conhecido
como Rua D – Av. Edgar Pires de Castro –, localizado no Bairro Restinga.
PROC.
Nº 3720/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 172/09, de autoria do
Ver. Sebastião Melo, que denomina Rua Ipê-Branco o logradouro não cadastrado
conhecido como Rua E – Av. Edgar Pires de Castro –, localizado no Bairro
Restinga.
PROC.
Nº 3721/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 173/09, de autoria do
Ver. Sebastião Melo, que denomina Rua Brinco-de-Princesa o logradouro não
cadastrado conhecido como Rua F – Av. Edgar Pires de Castro –, localizado no
Bairro Restinga.
PROC.
Nº 3781/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 178/09, de autoria do
Ver. João Pancinha, que denomina Rua Eroni Soares Machado o logradouro público
cadastrado conhecido como Rua 7076 – Loteamento Lagos de Nova Ipanema II.
PROC.
Nº 3849/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 179/09, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Carlos Eduardo de Sá o logradouro
público cadastrado conhecido como Rua 7042 – Fase 2 – Loteamento Lagos de Nova
Ipanema II.
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell):
O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente, a Pauta de hoje apresenta dois Projetos em primeira Sessão: o PLL
nº 143/09, de autoria do Ver. Aldacir José Oliboni, que institui o Programa
Municipal do “Pé Diabético”, e o PR nº 026/09, de autoria do Ver. Valter
Nagelstein, que concede a Comenda Porto do Sol à artista plástica Dilva Gonçalves
de Lima.
Esses
dois Projetos nós poderemos discutir na próxima Sessão que teremos na
quarta-feira, sendo que os demais - e não são poucos -, esses, sim, fatalmente
serão por nós examinados, preliminarmente hoje, ou não mais o serão. Aí, Sr.
Presidente, tenho particular interesse de assinalar alguns Projetos aqui: um
deles é o PLCL nº 020/09, de autoria do Ver. Nelcir Tessaro, que altera o inc. XI e inclui incs. XII e
XIII, ambos no art. 2º da Lei Complementar nº 612, de 19 de fevereiro de 2009 –
que cria o Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social (FMHIS), institui
seu Conselho Gestor, na forma da Lei Federal nº 11.124, de 16 de junho de 2005,
revoga a Lei nº 7.592, de 10 de janeiro de 1995, e dá outras providências -,
ampliando o rol de recursos do FMHIS.
Outro
assunto que julgo de grande relevância, que hoje cumpre o seu segundo dia de
Pauta, é o PLE nº 022/09, que autoriza o recebimento em dação em pagamento pela
concessão de 43.000m² (quarenta e três mil metros quadrados) de Índices
Construtivos das reservas municipais de Solo Criado, as áreas de propriedade do
Tribunal de Justiça localizadas no quarteirão formado pelas Ruas Santana,
Venâncio Aires, Olavo Bilac e João Pessoa, nos termos das Leis Complementares
nº 315, de 6 de janeiro de 1994, e nº 434, de 1º de dezembro de 1999. Ao que
equivale, Ver. Brasinha, essa proposta que tem origem no Executivo? É a
restituição, digamos assim, para o Banco de Solo Criado, para o estoque de Solo
Criado no Município, de prerrogativas que hoje estão na mão do Poder
Judiciário; quer dizer, esse manancial de Solo Criado, esse estoque de Solo
Criado restituído ao Município vai poder ser objeto de negociações futuras com
resultado para a sociedade. Isso é relevante na medida em que estamos colocando
na Revisão do Plano Diretor um dispositivo pelo qual o montante arrecadado com
a venda de Solo Criado pelo Município, 90% disso deverá ser aplicado em
programas habitacionais de interesse social gerenciados pelo Departamento
Municipal de Habitação - vale dizer, em habitação popular pura, aquela
habitação destinada a pessoas que tenham renda familiar até três salários
mínimos. Isso se pode dar de várias formas: pela aquisição de terrenos para
fazer projetos habitacionais, como é uma proposta do Ver. Comassetto; como pode
ser em outras situações, entre as quais a edificação propriamente dita com
casas para serem comercializadas em regime de subsídio para essa população que
se enquadra naquela faixa de um a três salários mínimos, que é a base da
pirâmide, onde esse problema é mais agudo, onde ele é mais necessário. Então,
obviamente que este Projeto tem o meu apoio, o meu entusiástico apoio, porque o
que temos sustentado é que nós devemos estimular o Solo Criado no Município de
Porto Alegre, Ver. Adeli, como um modo de se criar um banco virtual para o
Município, pelo qual se tenham recursos para que sejam colocados nessa chaga,
que é, indiscutivelmente, a sub-habitação, e para que se façam programas
específicos para retirar debaixo da ponte essas famílias que ali se encontram, e
que, muitas vezes, ali se encontram não por vontade, mas por absoluta
impossibilidade de outro tipo de solução. Por tal razão, Sr. Presidente,
aproveito o dia de hoje - e vejo esgotado o meu tempo -, e deixo reforçada essa
posição me resguardando o direito de, em outro momento, com mais ênfase, me
manifestar também sobre um outro Projeto de Lei, esse do Ver. Nelcir Tessaro,
que praticamente corre na mesma linha, à medida que procura aumentar o número
de recursos do Fundo Municipal de Habitação e Interesse Social. Então tudo pela
habitação, tudo pelo social, tudo no sentido do enfrentamento, é objetivo desse
programa. Era isso, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) O Ver.
Aldacir José Oliboni está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) O Ver.
Dr. Raul está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. DR. RAUL: Ver.
Adeli, na presidência dos trabalhos; Vereadores, Vereadoras, aqueles que nos assistem,
venho, neste momento de discussão de Pauta, para saudar a iniciativa do Ver.
Aldacir Oliboni, que institui, em 1ª Sessão de Pauta, o Programa Municipal do
“Pé Diabético”.
Nós temos nos debruçado
sobre essa matéria, que é o Diabetes; ainda estivemos aqui com o Dr. Balduíno
Tschiedel, semana passada, que é o Diretor-Presidente, que faz realmente um
trabalho excelente no Instituto da Criança com Diabetes, junto ao Hospital
Criança Conceição, atendendo mais de 1.700 diabéticos do tipo I, que é aquele diabete
mais cruel, que pega as crianças, que pega os jovens, adolescentes, que têm que
ser medicados diariamente, às vezes por várias vezes. E, inclusive, ele, aqui,
abriu o coração, no sentido de dizer que não é possível faltarem seringas
adequadas, agulhas adequadas, para que essas crianças, esses adolescentes
possam fazer a aplicação da insulina, tão necessária, que é a vida dessas
pessoas. Porque, antes da descoberta da insulina, esse diagnóstico praticamente
era a morte certa em pouco tempo. Era a caquexia, não tinha o que fazer. Depois
da descoberta da insulina, nova vida se deu para essas pessoas, e as formas de
aplicação é que têm evoluído pouco em relação ao que a gente gostaria. Todos
nós gostaríamos que houvesse a facilidade de ter insulina via oral. E aqui está
o nosso Ver. Todeschini que conhece bem essa matéria.
Agora, a pessoa diabética
tem que ficar se aplicando subcutaneamente, é na coxa, é no abdome, em vários
locais do corpo, para conseguir ter uma boa sobrevida, uma qualidade de vida
razoável.
Então, nós precisamos – e
tenho certeza que vamos evoluir para isso – que haja, por exemplo, insulina via
oral, ou que tenhamos soluções, através da genética, as próprias células-tronco
que vêm se tentando, para resolver a questão do diabetes.
Eu
acho extremamente importante que se alerte sempre para essa matéria, e o “Pé
Diabético”, na realidade, representa a falência das instituições, ou seja, a
falta de cuidado, a falta de cirurgiões vasculares que possam acompanhar os
pacientes, neurocirurgiões. Porque o diabetes ataca muito o sistema nervoso e o
sistema vascular, e o pé diabético é onde o sangue acaba não chegando bem, em
função de ser uma extremidade do corpo, e a vascularização vai se perdendo, as
pessoas acabam tendo que amputar o pé, quando não a perna. Aquelas pessoas que
conhecem emergências com mais profundidade sabem que, muitas vezes, um
diabético chega numa emergência dessas querendo um tratamento, achando que é
coisa simples, muitas vezes é a sua primeira consulta, não tem nem um diagnóstico,
que é uma coisa tão fácil de ser feita - basta fazer uma pequena punção, tirar
uma gota de sangue e dosar a glicemia -, às vezes acontece de ser aquela a
primeira consulta, e ali a pessoa já tem uma definição de que tem de ter os
dedos, o pé ou a perna amputada. Então, é uma situação muito triste essa do
descaso em relação ao diabetes, que é uma doença crônico-degenerativa e que tem
que estar permanentemente sendo acompanhada. E os projetos que talvez se
consiga que sejam instituídos na Cidade que favoreçam a saúde de todos - e
principalmente, neste caso, a saúde do diabético - são de extrema importância.
Nós queremos nos somar a essa solicitação do Dr. Balduíno para que possamos
conseguir, de uma maneira regular, essas seringas com as agulhas adequadas para
que sejam feitas as aplicações nas crianças e adolescentes com diabetes. Também
queremos nos associar a uma demanda que ele nos trouxe, muito importante, para
alertar a sociedade de que, no dia 14 de novembro, os monumentos mundiais vão
ser iluminados em azul, dando ênfase para a questão do diabetes. E nós
precisamos que o Laçador, nessa semana, esteja iluminado, e a nossa Câmara
Municipal também. Eu gostaria também de me congratular com o Ver. João Pancinha
pela sua iniciativa, ele está propondo um nome do Engenheiro Eroni a uma rua,
cidadão esse que tanto fez pela cidade de Porto Alegre. Obrigado, saúde para
todos.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) A
Verª Maria Celeste está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) O Ver.
Carlos Todeschini está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. CARLOS TODESCHINI:
Ver. Adeli, demais presentes que nos assistem, e aos que nos acompanham, o
nosso abraço. Eu também venho aqui, Ver. Dr. Raul, para fazer uma manifestação
na mesma direção e em solidariedade ao Projeto do Ver. Oliboni que dispõe sobre
o teste do “pé diabético”. Eu falo também como alguém que faz parte desse grupo
dos portadores de diabetes, porque eu tenho familiares diabéticos, minhas duas
avós faleceram com diabetes, e a tendência, a pré-disposição genética se
manifestou em mim - não foi manifesta nem no meu pai, nem na minha mãe, mas se
manifestou em mim. Então, disso ninguém está livre, o que nós podemos é
retardar, podemos controlar, podemos cuidar para que não aconteçam, ou
aconteçam o mais tardiamente possível, de acordo com a idade da pessoa, as
complicações relativas a essa doença. A fórmula para um diabético se ter uma
vida saudável é ter sempre boas práticas saudáveis, exercícios, especialmente a
caminhada, exercícios físicos, natação, ter uma dieta balanceada, baixa em
carboidratos - especialmente em açúcar -, menos calórica também em relação ao
amido, por exemplo, porque o açúcar, o arroz e a massa têm praticamente o mesmo
valor. Enfim, é um conjunto de práticas saudáveis.
Chega uma hora em que
ninguém vai fugir de continuar a ter que fazer, então, por terapia, por
obrigação, os exercícios, ter que fazer as dietas, cuidar aquilo que se come,
ter cuidado com relação ao tipo de alimento consumido e começar com os testes,
com os exames e com os remédios. Essas três condições têm necessidade de serem
tratadas de forma conjunta. Por isso este Projeto de Lei é importante.
Agora, quero fazer uma reflexão, Ver. Dr. Raul.
Por exemplo, no SUS o Governo Federal repassa a insulina e repassa um conjunto
de remédios gratuitamente para serem retirados nas farmácias do SUS, e também
existe a farmácia popular, na qual os remédios não são gratuitos, mas têm um
preço insignificante - 10% do que custam os medicamentos comuns usados para o
diabetes, para hipertensão e outros tratamentos. Agora vejam só o que acontece.
Nós discutimos a questão da seringa, que também é um assunto sobre o qual eu
debatia, porque eu não sei se ela é comprada diretamente em lotes pelo Governo
Federal, ou se ela é licitada no Município, no Estado. Eu não tenho esta
informação, preciso tê-la, porque, seja quem for que esteja administrando isso,
está completamente equivocado e agindo de forma não responsável, porque a
agulha, para aplicação de insulina, é uma miniagulha, e essa eu tenho que
comprar na farmácia. Recebo a insulina, mas também recebo a seringa que tem uma
agulha de três centímetros, que, de fato, traumatiza, conforme falou aqui,
muito bem, o Dr. Balduíno. Agora, vejam só: em Porto Alegre a Secretaria de
Saúde instituiu a obrigatoriedade daquelas pessoas que têm convênio, que têm
médicos particulares, que têm médicos como, por exemplo, os médicos daqui da
Câmara, ou endocrinologistas do IPE, quando esses profissionais receitam a
insulina, essa receita não tem validade. A Secretaria de Saúde obriga essas
pessoas, e a mim inclusive, a irmos a um posto de saúde para que um médico
copie a receita dos nossos médicos. Vejam só: nós já estamos com uma carência,
com uma fila extraordinária por falta de médicos no Município, e, em vez de ter
alguém que valide as receitas, que sabe que aquilo tem uma história, tem uma
rotina, tem um tratamento acontecendo, não pode fazê-lo. Eu, por exemplo, tenho
que tirar uma vaga de alguém na fila para que seja copiada uma receita que a
minha endocrinologista, que me acompanha há oito anos, fez. Então, esse é um
outro fato lamentável, Ver. Dr. Raul, porque nós não temos médicos, as filas
estão enormes, e nós temos o absurdo de uma medida desse tipo implantada por
ato administrativo da Secretaria Municipal de Saúde. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Ver. Todeschini complementa as falas da Pauta do dia de hoje.
O
PTB havia solicitado Liderança, mas não está presente. Assim, neste momento,
estamos concluindo a Sessão no dia de hoje, cumprindo toda a nossa agenda de
trabalho.
Quero
aproveitar para parabenizar o Vladimir, Chefe do nosso Setor de Sonorização,
que também está de aniversário. Parabéns, Vladimir, bom trabalho e muito
obrigado pela sua colaboração. (Palmas.)
Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 17h50min.)
* * * * *